Confira algumas características da História da Sociologia brasileira
Teste seus conhecimentos sobre a
Sociologia brasilieira
1. (Unicentro 2012) O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não
tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua
aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe
a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações
atléticas. [...]
Entretanto, toda essa aparência
de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de
improviso. Naquela organização combalida, operam-se, em segundos, transmutações
completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem transfigura-se. Empertiga-se, estadeando
novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto; e a cabeça firma-se lhe, alta,
sobre os ombros possantes aclarada pelo olhar desassombrado e forte; e corrigem-se-lhe,
prestes, numa descarga nervosa instantânea, todos os efeitos do relaxamento
habitual dos órgãos; e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente,
o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento
surpreendente de força e agilidade extraordinárias.
CUNHA, Euclides. Os Sertões: campanha
de Canudos. 2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. Adaptado.
Sobre a obra da qual foi extraído
o fragmento em evidência, muito conhecida pela análise histórica que faz sobre
a Guerra de Canudos (1897), mas que realiza um grande exame sobre a terra e o
homem do Nordeste, através de uma ótica permeada pelo positivismo, é correto
afirmar:
a) Tratou da relação entre o
privado e o público como uma peculiaridade do modo de ser brasileiro.
b) Fez, nesse trecho, uma alusão
à obra de Sérgio Buarque de Holanda — “Raízes do Brasil”.
c) Analisou a unidade nacional, baseando-se
em diferenças regionais, culturais e éticas.
d) Enfatizou a miscigenação como
uma novidade cultural da colonização portuguesa.
e) Construiu um perfil
psicológico do brasileiro baseado na força dos sertanejos.
2. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Na
verdade, a ideologia impessoal do liberalismo democrático jamais se naturalizou
entre nós. Só assimilamos efetivamente esses princípios até onde coincidiram
com a negação pura e simples de uma autoridade incômoda, confirmando nosso
instintivo horror às hierarquias e permitindo tratar com familiaridade os
governantes.
(HOLANDA, S. B. de. Raízes do
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 160.)
O trecho de Raízes do Brasil
ilustra a interpretação de Sérgio Buarque de Holanda sobre a tradição política
brasileira.
A esse respeito, considere as
afirmativas a seguir.
I. As mudanças políticas no
Brasil ocorreram conservando elementos patrimonialistas e paternalistas que
dificultam a consolidação democrática.
II. A política brasileira é
tradicionalmente voltada para a recusa das relações hierárquicas, as quais são
incompatíveis com regimes democráticos.
III. As relações pessoais entre
governantes e governados inviabilizaram a instauração do fenômeno democrático
no país com a mesma solidez verificada nas nações que adotaram o liberalismo
clássico.
IV. A cordialidade, princípio da
democracia, possibilitou que se enraizassem, no país, práticas sociais opostas
aos princípios do clientelismo político.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II
são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III
são corretas.
c) Somente as afirmativas III e
IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e
IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III
e IV são corretas.
3. (Uem 2011) “O quadro familiar torna-se, assim, tão
poderoso e exigente, que sua sombra persegue os indivíduos mesmo fora do
recinto doméstico. A entidade privada precede sempre, neles, a entidade pública.
A nostalgia dessa organização compacta, única e intransferível, onde prevalecem
necessariamente as preferências fundadas em laços afetivos, não podia deixar de
marcar nossa sociedade, nossa vida pública, todas as nossas atividades. Representando,
como já se notou acima, o único setor onde o princípio de autoridade é
indisputado, a família colonial fornecia a ideia mais normal de poder, da
respeitabilidade, da obediência e da coesão entre os homens. O resultado era
predominarem, em toda a vida social, sentimentos próprios à comunidade
doméstica, naturalmente particularista e antipolítica, uma invasão do público
pelo privado, do Estado pela família.”
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes
do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992, p. 50.
Considerando o texto acima e o
tema instituições sociais, assinale o que for correto.
01) O texto trata das relações
que os indivíduos estabelecem com uma instituição social específica, o Estado.
02) No processo de formação da
sociedade brasileira, os interesses privados interferem na conduta pública dos
indivíduos.
04) No Brasil, a comunidade
doméstica promoveu um equilíbrio entre os interesses coletivos e privados, revelando
sua ação em defesa do que é público.
08) O autor define que a família
colonial é uma organização compacta, única e intransferível, que exerceu
profunda influência na formação social e cultural brasileira.
16) O Estado brasileiro manteve-se
livre dos particularismos, das visões antipolíticas e dos interesses privados.
4. (Unicentro 2011) No Brasil, o pensamento sociológico se
desenvolve a partir da década 30, do século passado, com a fundação da
Universidade de São Paulo e o crescimento da produção científica.
Sobre o desenvolvimento dessa
ciência no Brasil, no século XX, é correto afirmar:
a) Os sociólogos desse período
buscavam descrever o país por meio de estudos naturalistas.
b) Os grandes nomes desse período
foram Euclides da Cunha, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.
c) As duas preocupações dos
sociólogos eram a aculturação indígena e a modernização do sistema político
brasileiro.
d) A orientação das análises
sociológicas estava voltada para as discussões mundiais ditadas por países, como
França e Inglaterra.
e) O interesse dos intelectuais
desse período estava voltado para o conhecimento do Brasil real, do povo, em
oposição às análises etnocêntricas anteriores.
5. (Unicentro 2011) Autor brasileiro que entendia a construção do
Brasil como a fusão de raças, regiões, culturas e grupos sociais decorrentes da
formação colonial, em que os negros e mestiços teriam papel fundamental na
formação da identidade cultural do povo. Essa referência identifica
a) Gilberto Freyre.
b) Caio Prado Júnior.
c) Florestan Fernandes.
d) Fernando de Azevedo.
e) Sérgio Buarque de Holanda.
6. (Uerj 2011) Chiclete com banana
Eu só ponho bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
(...)
GORDURINHA
E ALMIRA CASTILHO
Coleção
Folha Raízes da MPB, nº 15
No final da década de 1950, a sociedade
brasileira passava por transformações marcantes em diferentes áreas.
A letra da canção “Chiclete com
banana” enfoca o seguinte elemento da conjuntura desse momento:
a) difusão da cultura
estrangeira
b) diversificação da identidade
étnica
c) valorização da pluralidade
artística
d) expansão da dependência
econômica
7. (Unicentro 2011) No Brasil, as primeiras análises sociológicas,
nas primeiras décadas do século XX, buscavam equacionar duas problemáticas
centrais: a formação do Estado nacional brasileiro e a questão da identidade
nacional. Sobre essas análises sociológicas no Brasil e seus representantes, é
correto afirmar:
a) Plínio Salgado, na sua obra
Nosso Brasil, retoma a tese de uma unidade nacional baseada em diferenças
regionais, culturais e éticas.
b) Euclides da Cunha, em Os
Sertões, afirmou que o brasileiro tem como fundamento social a cordialidade.
c) Caio Prado Júnior, em Formação
do Brasil Contemporâneo, construiu um perfil psicológico do brasileiro baseado
na força dos sertanejos.
d) Sergio Buarque de Holanda, em
sua obra Raízes do Brasil, de 1936, analisou a formação do Estado brasileiro.
e) Gilberto Freyre, em Casa
Grande e Senzala, enfatizou a miscigenação, novidade cultural da colonização
portuguesa.
8. (Uel 2011) Na primeira metade do século XX, o
desenvolvimento social brasileiro foi marcado por intensos debates a respeito
do processo de modernização do País.
De acordo com esses debates:
I. O País era apresentado, por
algumas correntes de pensamento, como sendo de vocação agrícola.
II. O desenvolvimento social e
econômico do País passaria, necessariamente, pela modernização do campo.
III. O atraso brasileiro decorria
de sua origem feudal, aqui reproduzida mediante a relação entre senhor e
escravo.
IV. A expansão da economia
capitalista no campo seria fundamental para eliminar os focos de pobreza e os
movimentos sociais de caráter agrário.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II
são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV
são corretas.
c) Somente as afirmativas III e
IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e
III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III
e IV são corretas.
9. (Unioeste 2011) “Na segunda metade do século XX, a tendência
à superação das ideias racistas permitiu que diferentes povos e culturas fossem
percebidos a partir de suas especificidades. Grupos de negros pressionaram pela
adoção de medidas legais que garantissem a eles igualdade de condições e
combatessem a segregação racial. Chegamos então ao ponto em que nos encontramos,
tendo que tirar o atraso de décadas de descaso por assuntos referentes à
África”.
Marina de Mello e Souza. A
descoberta da África. RHBN, ano 4, n. 38, novembro de 2008, p.72-75.
A partir deste texto e do
conhecimento da sociologia a respeito da questão racial em nosso país, é
possível afirma que
a) autores como Gilberto Freyre, Florestan
Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, entre outros tantos
autores, são importantes por chamarem a atenção do país para o papel dos negros
na construção do Brasil e da brasilidade, e as formas de exclusão explícitas e
implícitas que sofreram.
b) apesar de relevante a luta
contra o preconceito racial, o estudo da África só diria respeito ao
conhecimento do passado, do período do Descobrimento do Brasil até a abolição
da escravidão entre nós.
c) estudar a África só nos
indicaria a captura e a escravidão de diferentes povos africanos, tendo em
vista que raça e o racismo são categorias ideológicas as quais servem para
encobrir as fortes tensões sociais existentes entre a imensa classe de pobres e
o seu oposto a dos ricos.
d) a autora quer dizer que
devemos hoje operar cada vez mais com categorias tais como a especificidade da
raça negra, da raça branca, da raça amarela e outras mais.
e) nenhuma das alternativas está
correta.
10. (Uenp 2010) No Brasil, podemos distinguir nitidamente, na
evolução da Sociologia, dois períodos bem
configurados (1880-1930 e depois de 1940), com uma importante fase
intermédia de transição (1930-1940).
Fragmento do texto A sociologia
no Brasil de Antonio Cândido. Enciclopédia Delta-Larousse, 1959.
Sobre o pensamento sociológico
brasileiro, analise as afirmações abaixo.
I. A sociologia, no Brasil, se
desenvolve a partir do pensamento de juristas que ocuparam um papel fundamental
no século XVIII, principalmente o de definir um modelo de Estado e interpretar
as relações entre vida econômica e estrutura política.
II. A sociologia brasileira
recebeu influências da biologia, principalmente do evolucionismo, desenvolvendo
uma espécie de obsessão por fatores naturais e uma preocupação com as fases
históricas.
III. Diferente da sociologia
europeia, a brasileira não se interessou pelos estudos raciais.
São corretas as afirmativas:
a) apenas I e II
b) apenas I e III
c) apenas II e III
d) Todas
e) Nenhuma
11. (Unioeste 2010) Tendo por base o texto abaixo, do antropologo
brasileiro Darcy Ribeiro, assinale o(s) item(s) que melhor corresponde(m) as
suas ideias.
“Nessa confluência, que se dá sob
a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais
distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar
a um povo novo (...), num novo modelo de estruturação societária. Novo porque
surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes
formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e
singularizada pela redefinição de traços culturais dela oriundos. Também novo
porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo gênero humano
diferente de quantos existem (...)”
“A confluência de tantas e tão
variadas matrizes formadoras poderia ter resultado numa sociedade multiétnica, dilacerada
pela oposição de componentes diferenciados e imiscíveis. Ocorreu justamente o
contrário, uma vez que, apesar de sobreviverem na fisionomia somática e no
espírito dos brasileiros os signos de sua múltipla ancestralidade, não se
diferenciaram em antagônicas minorias raciais, culturais ou regionais, vinculadas
a lealdades étnicas próprias e disputantes de autonomia frente à nação”
(RIBEIRO, Darcy. O povo
brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, 19-20 [1995]).
I. O Brasil é um país fundamentalmente
multicultural, evidenciando-se no cotidiano o antagonismo entre os diferentes
povos que migraram para cá e os povos nativos.
II. O povo brasileiro na
realidade é uma ficção, pois sob a aparência de um apaziguamento de etnias e
culturas diferentes, o que se tem são etnias minoritárias em luta para
sobreviverem.
III. A teoria da miscigenação, que
o autor compõe, expressa que, apesar dos vários e acentuados embates que as
diferentes etnias experimentaram, surgiu uma nova realidade cultural, na qual
as culturas e povos foram misturados de forma única e inseparável, originando
os atuais brasileiros.
IV. Quaisquer das práticas de
distinção entre os brasileiros, seja por “raça”, “regionalismo”, “origem”, bem
como práticas como ações afirmativas para grupos étnicos minoritários, corresponderiam
às características próprias do modo de ser do povo brasileiro.
V. O povo brasileiro, em seus
tipos regionais, expressaria modos de ser que têm suas raízes no encontro de
índios, negros e brancos, e, posteriormente, nas novas etnias migrantes, sem
contudo perder a sua unidade e especificidade ou deixar de ser uma única gente.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I e II
estão corretas.
b) Apenas as afirmativas III e IV
estão corretas.
c) Apenas as afirmativas III e V
estão corretas.
d) Apenas a afirmativa IV está
correta.
e) Todas as afirmativas estão
corretas.
12. (Unioeste 2010) Observando o parágrafo abaixo e as afirmações
que se seguem, seria correto dizer que
Em Casa Grande & Senzala
Gilberto Freyre refuta as teses que atribuem o “atraso” da sociedade brasileira
à miscigenação, o que é por muitos considerado um ponto de vista inovador.
I. Suas concepções podem assim
mesmo ser consideradas conservadoras por enfatizar a harmonia das relações
entre as etnias constitutivas da sociedade brasileiras, sobretudo entre brancos
e negros.
II.Freyre faz, no livro citado
acima, um elogio à colonização portuguesa no Brasil. Decorrem desse fato as
críticas que recebe por parte daqueles que vêm justamente no tipo de
colonização que tivemos a origem do atraso nacional.
III. Adotando pontos de vista e
procedimentos muito distintos em relação aos de Freyre, Florestan Fernandes foi
um dos autores que, na busca de explicações para aspectos da sociedade
brasileira, enfatizou muito mais as mudanças sociais do que equilíbrio.
IV. O principal ponto de
convergência entre Freyre e Florestan é que com a progressiva industrialização
da sociedade brasileira os negros não ocupam, necessariamente, um lugar
marginal.
a) Todas as afirmativas estão
corretas.
b) Apenas as afirmativas I e III
estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III
estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV
estão corretas.
e) Apenas a afirmativa I está
correta.
13. (Uem 2009) Sobre a formação das classes sociais no
Brasil, no período de transição do trabalho escravo para o livre, assinale o
que for correto.
01) A produção do café para
exportação contou com o emprego de uma mão de obra livre, a dos colonos, mas
não necessariamente assalariada.
02) A expansão da cafeicultura
estimulou o crescimento de cidades como São Paulo, que demandavam alimentos
ofertados, principalmente, pelas lavouras dos colonos, trabalhadores livres que,
paulatinamente, substituíram o trabalho escravo.
04) Durante o período em que
vigorou a escravidão, o mercado consumidor de produtos localmente manufaturados
era grande, tornando possível identificar uma produção industrial intensa e, portanto,
uma classe operária constituída.
08) Nos cafezais em formação, o
colono tinha permissão para cultivar alimentos entre os pés de café, sendo essa
prática uma das principais características do regime de colonato, um estágio
tido como transitório pelo colono e por sua família.
16) A construção acelerada das
estradas de ferro nas últimas décadas do século XIX, a elevação de tarifas
aduaneiras e a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre foram
medidas que inviabilizaram um modelo de desenvolvimento econômico que
conduziria à consolidação de duas classes sociais no Brasil: a burguesia e o
proletariado.
14. (Unioeste 2009) Leia o texto a seguir:
“O coronel, antes de ser um líder
político, é um líder econômico, não necessariamente, como se diz sempre, o
fazendeiro que manda nos seus agregados, empregados ou dependentes. O vínculo
não obedece a linhas tão simples, que se traduziriam no mero prolongamento do
poder privado na ordem pública. Segundo esse esquema, o homem rico – o rico por
excelência, na sociedade agrária, o fazendeiro, dono da terra – exerce poder
político, num mecanismo em que o governo será o reflexo do patrimônio pessoal.”
(FAORO, Raymundo. Os Donos do
Poder: formação do patronato político brasileiro. Vol. 2, SP:
Globo, 2000, p. 242).
Com base no texto de Faoro
assinale a alternativa que não corresponde aos fenômenos políticos
referenciados acima.
a) Relaciona-se ao coronelismo, fenômeno
típico da República Velha, que se manifesta na troca de proveitos entre o chefe
político local e o governo estadual.
b) Relaciona-se ao
patrimonialismo, que se amplia nos municípios com o uso indevido do poder
público para fins particulares. Nesse caso, não há distinção entre o que é
público e o que é privado.
c) Relaciona-se ao mandonismo, característica
da política tradicional, que se refere à existência de estruturas oligárquicas
e personalizadas de poder.
d) Relaciona-se ao clientelismo, fenômeno
que perpassa toda a história política do Brasil, que indica um tipo de relação
entre atores políticos e sociais envolvendo a concessão de benefícios públicos
em troca de apoio político, sobretudo na forma de voto.
e) Trata-se do nepotismo, fenômeno
político que caracteriza-se pela contratação de parentes em cargos públicos, e
que recentemente (agosto/2008) foi proibido pelo Supremo Tribunal Federal nos
três poderes.
15. (Unioeste 2009) Desde o surgimento das Ciências Sociais (antropologia,
política e sociologia) no Brasil, autores como: Gilberto Freyre (Casa Grande &
Senzala), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Florestan Fernandes (A
organização social dos Tupinambá), Darcy Ribeiro (O povo brasileiro), e vários
outros, pensaram e estudaram o Brasil e o ser brasileiro. Os principais temas
abordados até os anos 1960 nestes estudos foram:
I. Mundo rural brasileiro e
transformação do rural para urbano
II. Povos indígenas; população
negra
III. Movimentos sociais e
partidos políticos
IV. Migração; identidade nacional
e religião
V. Participação popular e
organizações não governamentais.
Assinale a alternativa que contém
todas as alternativas corretas.
a) I, II e III.
b) IV e V.
c) I, II e IV.
d) I, II, III e IV.
e) III e V.
Os dados sobre a pobreza e a
indigência segundo a cor ilustram os argumentos dos estudos
a) de Gilberto Freyre sobre a
natural integração dos negros na sociedade brasileira, que desenvolveu a
democracia racial.
b) de Caio Prado Junior sobre a
formação igualitária da sociedade brasileira, que desenvolveu o liberalismo
racial.
c) de Sérgio Buarque de Holanda
sobre a cordialidade entre as raças que formam a nação brasileira: os negros, os
índios e os brancos.
d) de Euclides da Cunha sobre a
passividade do povo brasileiro, ordeiro e disciplinado, que desenvolveu a
igualdade de oportunidades para todas as raças.
e) de Florestan Fernandes sobre a
não integração dos negros no mercado de trabalho cem anos após a abolição da
escravidão.
17. (Uel 2007) Em relação ao processo de formação social no
Brasil, o sociólogo Florestan Fernandes escreveu: “Lembremo-nos de que da vinda
da Família Real, em 1808, da abertura dos portos e da Independência, à Abolição
em 1888, à Proclamação da República e à “revolução liberal”, em 1930, decorrem 122
anos, um processo de longa duração, que atesta claramente como as coisas se
passaram. Esse quadro sugere, desde logo, a resposta à pergunta: a quem
beneficia a mudança social?”
Fonte: FERNANDES, F. As Mudanças
Sociais no Brasil. In IANNI, Octavio (org) Florestan Fernandes: coleção grandes
cientistas sociais. São Paulo: Ática, 1986, p. 155-156.
De acordo com o texto e os
conhecimentos sobre o tema, em relação à indagação feita pelo autor, é correto
afirmar que a mudança social beneficiou:
a) Fundamentalmente os
trabalhadores, uma vez que as liberdades políticas e as novas formas de
trabalho aumentaram a renda.
b) Os grupos sociais que
dispunham de capacidade econômica e poder político para absorver os efeitos
construtivos das alterações ocorridas na estrutura social.
c) A elite monárquica, pois ao
monopolizar o poder político impediu que outros grupos sociais pudessem surgir
e ter acesso aos efeitos construtivos das alterações na estrutura social.
d) Os grupos sociais
marginalizados ou excluídos, pois, em decorrência deste processo, passaram a
fazer parte do processo produtivo.
e) A população negra, uma vez que
a alteração na estrutura da sociedade criou novas oportunidades de inserção
social.
18. (Uel 2007) “No passado, quando se falava em
redistribuição de renda, sempre se argumentava que os pobres, com o crescimento
de sua renda, tenderiam a consumir mais e, portanto, a taxa de poupança cairia.
Hoje, o paradoxo é que os ricos brasileiros é que têm uma altíssima propensão a
consumir. A renda não se concentra para aumentar a taxa de poupança, e sim para
aumentar o consumo dos mais ricos. É escandalosa a distância, no Brasil, entre
o consumidor popular e o consumidor médio e rico.
Sem lugar a dúvida, essa
defasagem é das maiores do mundo. Na Índia, os 20% mais ricos têm em média uma
renda quatro vezes maior que a dos 20% mais pobres; no Brasil essa relação é de
um para trinta e três vezes. Por outro lado, o abuso do consumo contamina as
classes mais pobres, que gastam em produtos nem sempre necessários.”
Fonte: FURTADO, C.. Em Busca de
Novo Modelo – reflexões sobre a crise contemporânea. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
2ª edição, p. 20.
Com base no texto e nos
conhecimentos sobre desigualdade social no Brasil, é correto afirmar que:
a) Na última década, o índice de
desigualdade vem crescendo constantemente no Brasil.
b) Na última década observa-se, no
Brasil, um aumento constante da taxa de crescimento econômico impulsionado pelo
aumento do índice de desigualdade.
c) Apesar de permanecer entre os
mais altos do mundo, nos últimos 15 anos observa-se, no Brasil, uma queda do
índice de desigualdade.
d) Nas duas últimas décadas o
índice de desigualdade no Brasil permanece rigorosamente igual.
e) Existe uma correlação estreita
entre taxa de crescimento econômico e distribuição de riqueza.
19. (Uel 2005) “A falta de coesão em nossa vida social não
representa, assim, um fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente
aqueles que imaginam na volta à tradição, a certa tradição, a única defesa
possível contra nossa desordem. Os mandamentos e as ordenações que elaboraram
esses eruditos são, em verdade, criações engenhosas de espírito, destacadas do
mundo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa incapacidade de organização
sólida não representam, a seu ver, mais do que uma ausência da única ordem que
lhes parece necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierarquia que
exaltam é que precisa de tal anarquia para se justificar e ganhar prestígio”.
(HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes
do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 33.)
Caio Prado Junior, Gilberto
Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são intelectuais da chamada “Geração de 30”, primeiro momento da
sociologia no Brasil como atividade autônoma, voltada para o conhecimento
sistemático e metódico da sociedade. Sobre as preocupações características
dessa geração, considere as afirmativas a seguir.
I. Critica o processo de
modernização e defende a preservação das raízes rurais como o caminho mais
desejável para a ordem e o progresso da sociedade brasileira.
II. Promove a desmistificação da
retórica liberal vigente e a denúncia da visão hierárquica e autoritária das
elites brasileiras.
III. Exalta a produção
intelectual erudita e escolástica dos bacharéis como instrumento de
transformação social.
IV. Faz a defesa do cientificismo
como instrumento de compreensão e explicação da sociedade brasileira.
Estão corretas apenas as
afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
20. (Ufu 1999) "Calculo que o Brasil, no seu fazimento,
gastou cerca de 12 milhões de negros, desgastados como a principal força de
trabalho de tudo o que se produziu aqui e de tudo que aqui se edificou. Ao fim
do período colonial, constituía uma das maiores massas negras do mundo moderno.
Sua abolição, a mais tardia da história, foi a causa principal da queda do
Império e da proclamação da República. Mas as classes dominantes reestruturaram
eficazmente seu sistema de recrutamento da força de trabalho, substituindo a
mão de obra escrava por imigrantes importados da Europa, cuja população se
tornara excedente e exportável a baixo preço."
RIBEIRO, Darci. O Povo Brasileiro:
a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p.220-221.
Considerando o texto acima, pode-se
afirmar que
I. a escravidão foi a base de
desenvolvimento econômico do Brasil, ao longo da colônia e do Império.
II. a escravidão teve papel
importante na formação étnica do país.
III. o escravo contribuiu para
moldar o trabalho e a sociedade no Brasil através de técnicas próprias, pelo
seu modo de ser e cultura, pela culinária, pela dimensão religiosa, linguística
e artística.
IV. do ponto de vista da
diversidade étnico-cultural brasileira, o negro não sofre preconceito social.
Selecione a alternativa correta.
a) II, III e IV estão corretas.
b) I e IV estão corretas.
c) I, II e III estão corretas.
d) III e IV estão corretas.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[E]
A obra de Euclides da Cunha é
famosa pela sua análise do sertanejo, pela originalidade que apresenta seu
perfil psicológico e pela forma como ele enxerga a sociedade brasileira. Ainda
que seja uma obra de grande relevância, ela geralmente não é considerada como
obra sociológica (se comparada às obras de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de
Holanda, por exemplo) devido à presença marcante da ideologia racial, determinista
e evolucionista e, também, ao seu caráter eminentemente literário.
Resposta da questão 2:
[B]
O modo com o qual a política
brasileira se propõe é somente um dos obstáculos para a consolidação da
democracia no Brasil. Holanda atenta para o problema da igualdade civil, onde
os direitos fundamentais da pessoa humana e social devem ser pensados em âmbito
político, proporcionando a viabilização da igualdade entre as pessoas.
Resposta da questão 3:
01 + 02 + 08 = 11.
No Brasil, somente 4% da
população, que é muita rica, detém grande parte da concentração de renda e os
outros 97% da população, independente da sua situação econômica, encontra-se
longe da participação desta, o que torna cada vez mais o Brasil um país
desigual, com interesses sociais distintos e o que agrava a distribuição de
renda e piora ainda mais as condições favoráveis de sobrevivência.
Resposta da questão 4:
[E]
Os três grandes nomes da
sociologia no período foram Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio
Prado Júnior. Tais intelectuais foram particularmente importantes pelas
contribuições que deram à compreensão da sociedade brasileira, sendo até hoje
reconhecidos na formação do pensamento brasileiro. Posteriormente, autores como
Antonio Candido e Florestan Fernandes também ganharam prestígio com temas
correlatos.
Resposta da questão 5:
[A]
A ideia de “democracia racial” é
comumente atribuída à Gilberto Freyre. Em sua obra, ele procura defender que o
Brasil se constituiu como um empreendimento bem-sucedido. Para isso, ele faz
uma abordagem culturalista da sociedade brasileira desde o período colonial. Ainda
hoje as teses de Gilberto Freyre geram muitos debates e incompreensões (tanto
daqueles que as criticam e daqueles que as defendem). Mas é fato que tal autor
foi fundamental para pensar a cultura brasileira e para gerar uma identidade
nacional.
Resposta da questão 6:
[A]
A letra da canção “Chiclete com
Banana”, de forma jocosa, critica a circulação cada vez mais difusa de práticas
estrangeiras na cultura brasileira, que junto com diversas sociedades da
América do Sul, tornaram-se esferas de influência do governo norte-americano
logo após ao término da Segunda Mundial. Ainda no caso brasileiro, tal
influência do “modo americano de viver” (american way of life) manifestou-se
não só nas relações comerciais e financeiras, bem como na presença de seus
hábitos e valores do cotidiano.
Resposta da questão 7:
[E]
Somente a alternativa [E] faz uma
relação correta entre o autor, a obra e seu conteúdo. Plínio Salgado não tem
relevância como pensador a respeito da formação do Brasil. Euclides da Cunha é
quem constrói um perfil psicológico do brasileiro baseado na força dos
sertanejos. Caio Prado Júnior faz uma análise marxista baseada nas relações
econômicas no Brasil. Sergio Buarque de Holanda, procurando compreender as
raízes da nação, desenvolve a noção de cordialidade. Por fim, a análise de
Gilberto Freyre é que enfatiza a miscigenação e a viabilidade da constituição
da nação brasileira.
Resposta da questão 8:
[D]
E estes debatem ainda continuam. A
partir da década de 60, o campo tornou-se objeto de grandes transformações, ao
mesmo tempo em que o êxodo rural ocorreu, no entanto, mesmo vindo tardiamente. A
vocação agrícola eleva a economia do país e beneficia inúmeras pessoas que dela
dependem como produtores e consumidores.
Resposta da questão 9:
[D]
Somente a alternativa [D] está
correta. O estudo da África passou a fazer sentido quando o racismo e as ideias
de raça deixaram de fazer parte da linguagem científica, sendo considerados
como mera construção ideológica.
Resposta da questão 10:
[A]
A sociologia brasileira carrega a
herança tanto do positivismo quanto do evolucionismo. Além disso, sofreu grande
influência do pensamento jurídico do início do século XX, uma vez que muitos
dos primeiros sociólogos se formaram em Direito. Essas influências contribuíram,
entre outras coisas, para que a questão racial tenha sido analisada como
problema sociológico de relevância científica e social.
Resposta da questão 11:
[C]
Com uma boa leitura do texto é
possível ao aluno responder de maneira correta à questão. Darcy Ribeiro defende
o argumento de que, apesar de possuir tanto matrizes raciais quanto tradições
culturais distintas, o Brasil se constituiu em um povo com uma cultura nova, sincrética
e singularizada. Somente as afirmativas III e V estão de acordo com esse
argumento.
Resposta da questão 12:
[A]
A comparação entre Gilberto
Freyre e Florestan Fernandes exige do aluno um bom conhecimento a respeito da sociologia
brasileira. Pode-se dizer que todas as afirmativas estão corretas. Tanto
Gilberto Freyre quanto Florestan Fernandes buscaram compreender a inserção do
negro na sociedade brasileira, ainda que por perspectivas bastante diversas. Vale
ressaltar que a análise de Freyre é bem mais otimista que a de Fernandes.
Resposta da questão 13:
01 + 02 + 08 = 11.
Esta é uma questão bastante
histórica. A alternativa [04] é falsa porque no período escravista, a sociedade
brasileira era eminentemente rural, sendo, na análise de Gilberto Freyre, dividida
entre a Casa-Grande e a Senzala, entre senhores e escravos. A classe operária
só veio a se constituir durante o período da Primeira República. Já a afirmação
[16] é falsa porque a relação é inversa. O processo de industrialização no
Brasil permitiu (ao invés de inviabilizar) a constituição dessas duas classes
sociais no país.
Resposta da questão 14:
[E]
Todas as alternativas dizem
respeito a práticas políticas que relacionam a atividade política com a vida
privada dos atores políticos. Entretanto, vale ressaltar que Raymundo Faoro
está se referindo a uma prática típica da República Velha no Brasil, quando uma
oligarquia econômica interferia diretamente nas ações políticas por meio de
mecanismos, tais como o voto de cabresto, entre outros. Essas ações estão
relacionadas tanto ao coronelismo, quanto ao patrimonialismo, o mandonismo e o
clientelismo. A única relação que não se pode extrair do texto é uma relação de
nepotismo. Os indícios são de ações que exercem poder e domínio sobre a
população, e não por práticas administrativas de contratação de parentes.
Resposta da questão 15:
[C]
A questão faz uma abordagem geral
a respeito da bibliografia produzida pelos autores apresentados na questão. Buscando
compreender problemas enfrentados pela sociedade brasileira em geral e
procurando definir no que consistia essa “brasilidade”, esses autores
trabalharam com a transição do mundo rural para o urbano, com povos indígenas e
população negra, com questões relacionadas à imigração, identidade nacional e
religião. Somente as alternativas III e V não correspondem a temas abordados
pelas Ciências Sociais no Brasil até 1960. Esses são temas mais recentes, que
exigiram um desenvolvimento maior dessas para se tornarem objeto de estudo.
Resposta da questão 16:
[E]
A questão exige do estudante uma
boa leitura da tabela e uma interpretação condizente com os dados apresentados
a partir das teorias de grandes nomes da sociologia brasileira. A tabela mostra
a diminuição da quantidade de pobres e de indigentes no Brasil entre os anos 1992
e 1999. Como se pode perceber, a diminuição da quantidade de pobres e
indigentes brancos foi proporcionalmente mais acentuada que a dos
afrodescendentes. Ou seja, os afrodescendentes tiveram mais dificuldade de sair
da pobreza. Esta disparidade pode, sem grandes problemas, ser enquadrada na
teoria de Florestan Fernandes sobre a (não) integração do negro na sociedade
brasileira.
Resposta da questão 17:
[B]
A pergunta feita por Florestan
Fernandes é retórica, dado que a resposta é percebida nas entrelinhas do texto:
o processo de mudança social no Brasil entre 1822 e 1930 deu-se com a queda do
império e da Primeira República, mas com a manutenção de uma estrutura social
de desigualdade e com o domínio de uma classe social sobre as outras. Sendo
assim, claro é que os principais beneficiados foram aqueles que tiveram
capacidade econômica e poder político para absorver os efeitos das
transformações sociais.
Resposta da questão 18:
[C]
Somente a alternativa [C] é
correta. Com a implantação de medidas compensatórias (como programas de
distribuição de renda) e com a estabilização da economia, o Brasil verificou
nas últimas décadas uma diminuição do índice de desigualdade. O grande problema
é que tal índice, ainda que seja menor, continua sendo um dos mais altos do
mundo, correspondendo a uma situação paradoxal de desenvolvimento econômico e
discrepância econômica entre as classes sociais.
Resposta da questão 19:
[C]
Todos os três autores (Caio Prado
Junior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda) fazem análises do Brasil
tendo em conta o seu processo de modernização. É possível identificar em todos
uma crítica à retórica liberal e a defesa de instrumentos mais científicos para
interpretar a sociedade brasileira. Não é por acaso que eles são considerados
justamente os autores de transição de uma sociologia ensaísta para a sociologia
científica no Brasil.
Resposta da questão 20:
[C]
Todas as afirmativas estão
corretas, com exceção da IV. E herança escravista do Brasil pode ser percebida
até hoje nas desigualdades sociais entre brancos e negros e no preconceito
racial que é bastante presente. Não obstante essas características é inegável
que o escravo tenha sido importante culturalmente para a constituição da nação,
como se observa na língua, na religião e na culinária brasileira.
muito bom!
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