quinta-feira, 30 de julho de 2015

Avaliação de Sociologia (Segunda Série - Segundo bimestre 2014)

Correção da avaliação de Sociologia (Segunda Série - Segundo bimestre 2014) 


1. (CNDL) “Não é a tecnologia que atende às necessidade, como os meios de comunicação de massa geralmente nos fazem crer, e, sim, as necessidades é que são criadas para atender à crescente produção e à elaboração cada vez mais diversificada dos bens de consumo.” EXPLIQUE esta afirmação.

RESPOSTA: 
Para adquirir um bem, precisamos achar realmente importante possuí-lo. Nesse processo, a formação da opinião pública realizada pelos meios de comunicação, comandados por um número pequeno de pessoas que decidem o que vamos escolher, possuir e usar, colabora de forma vital para a criação de necessidades de uso de novos produtos. Esse processo de formação de opinião ocorre quando a opinião – que cada um possui como coisa exclusiva e genuína – é induzida, ou influenciada, pelos jornais, TV e outras formas de comunicação de massa.



2. (CNDL) IDENTIFIQUE qual é a finalidade da produção ideológica da ilusão social.


resposta da questão 2:
A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transforma-las ou conhece-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias.

3. Observe a imagem a seguir


(CNDL) Com base na imagem e em seus conhecimentos.  DEFINA o que é sociedade de consumo e o papel desempenhado pela propaganda nos dias atuais.





4. (CNDL) Estabeleça a relação entre a Escola de Frankfurt e a expressão indústria cultural



5. (CNDL) Observe a charge a seguir.
Disponível:http://framos.wordpress.com/2008/03/06
De acordo com a charge, quais são os novos mecanismos de dominação de um país sobre o outro?




6. (G1) “A indústria cultural não cessa de lograr seus consumidores quanto àquilo que está continuamente a lhes prometer. A promissória sobre o prazer, emitida pelo enredo e pela encenação, é prorrogada indefinidamente: maldosamente, a promessa a que afinal se reduz o espetáculo significa que jamais chegaremos à coisa mesma, que o convidado deve se contentar com a leitura do cardápio. [...] Cada espetáculo da indústria cultural vem mais uma vez aplicar e demonstrar de maneira inequívoca a renúncia permanente que a civilização impõe às pessoas. Oferecer-lhes algo e ao mesmo tempo privá-las disso é a mesma coisa”.
(ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 130-132.)


Com base no texto e nos conhecimentos sobre indústria cultural em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
a) A indústria cultural limita-se a atender aos desejos que surgem espontaneamente da massa de consumidores, satisfazendo as aspirações conscientes de indivíduos autônomos e livres que escolhem o que querem.
b) A indústria cultural tem um desempenho pouco expressivo na produção dos desejos e necessidades dos indivíduos, mas ela é eficiente no sentido de que traz a satisfação destes desejos e necessidades.
c) A indústria cultural planeja seus produtos determinando o que os consumidores desejam de acordo com critérios mercadológicos. Para atingir seus objetivos comerciais, ela cria o desejo, mas, ao mesmo tempo, o indivíduo é privado do acesso ao prazer e à satisfação prometidos.
d) O entretenimento que veículos como o rádio, o cinema e as revistas proporcionam ao público não pode ser entendido como forma de exploração dos bens culturais, já que a cultura está situada fora desses canais.
e) A produção em série de bens culturais padronizados permite que a obra de arte preserve a sua capacidade de ser o suporte de manifestação e realização do desejo: a cada nova cópia, a crítica se renova.



7. (G1) A chamada Escola de Frankfurt marcou a Filosofia da primeira metade do século XX, tendo como temática chave a(o):
a) desestruturação das ideias herdadas do materialismo histórico.
b) crítica da indústria cultural e do capitalismo.
c) reestruturação do socialismo francês do século XIX.
d) dilema entre a ética e as políticas públicas liberais.
e) crítica da razão em moldes pós-estruturalistas.



8. (UFU) A ideia de alienação, segundo Marx, refere-se
I – à identidade entre os produtores e seus produtos.
II – à separação entre o trabalhador e o produto de seu trabalho, devido à divisão social do trabalho, e à propriedade privada dos meios de produção.
III- à separação do Estado como um poder autônomo, imparcial, acima da coletividade e que a domina.
IV- ao fato de o trabalhador não se reconhecer no produto da sua atividade.
a) I, III e IV estão corretas.
b) I, II e III estão corretas.
c) II, III e IV estão corretas.
d) II e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.



9. (UFPA/2007) –  Tendo em vista as análises de Karl Marx e Friedrich Engels sobre o conceito de ideologia, é possível afirmar:
a) O conjunto de ideias da classe dominante é, em todas as épocas, o dominante. E quando uma nova classe passa a dominar, ela apresenta o seu interesse como o interesse de todos os membros da sociedade.
b) Um dos aparelhos ideológicos que reproduzem valores etnocêntricos das classes sociais dominadas é a educação. E quando a educação formal visa à educação política, há possibilidades de desenvolvimento que não se restrinja ao crescimento econômico.
c) A ideologia é determinante do modo de ser, pensar e agir de uma sociedade e possibilita a extinção das particularidades culturais por meio da relativização e da coligação, entre si, dos membros da classe política para se constituírem em grupo homogêneo e solidário.
d) A ideologia é uma noção universalmente desejada, pois propõe a neutralidade nas análises do processo de acumulação capitalista em escala global, e é um meio de escolher democraticamente as pessoas encarregadas de tomar decisões.
e) Das legitimações básicas do domínio, a liderança para o bem-estar para todos é aquela em que há autoridade pelo dom da graça. Essa liderança consiste na ideia de que a menor intervenção do poder público permite que as forças do livre mercado proporcionem o desenvolvimento e a intensificação das contradições sociais.



10. (Unesp 2013)  Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, em virtude da transformação estética, representar, no destino exemplar dos indivíduos, a predominante ausência de liberdade, rompendo assim com a realidade social mistificada e petrificada e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que a literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora ou para a “revolução”. O potencial político da arte baseia-se apenas na sua própria dimensão estética. A sua relação com a práxis (ação política) é inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente política for a obra de arte, mais reduzidos são seus objetivos de transcendência e mudança. Nesse sentido, pode haver mais potencial subversivo na poesia de Baudelaire e Rimbaud que nas peças didáticas de Brecht.
(Herbert Marcuse. A dimensão estética, s/d.)

Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte caracteriza-se por
a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador da ordem burguesa.  
b) comprometer-se com as necessidades de entretenimento dos consumidores culturais.  
c) estabelecer uma relação de independência frente à conjuntura política imediata.  
d) subordinar-se aos imperativos políticos e materiais de transformação da sociedade.  
e) contemplar as aspirações políticas das populações economicamente excluídas.

Cultura brasileira - Aula 14 - Música brasileira

 

Cultura brasileira - Aula 14 - Música brasileira
Aula da disciplina Cultura Brasileira do Curso de Licenciatura em Ciências da Universidade Virtual do Estado de São Paulo - 2014

Cultura Brasileira - Aula 13 - Futebol cultura

  


Cultura Brasileira - Aula 13 - Futebol cultura
Aula da disciplina Cultura Brasileira do curso de Licenciatura da Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Turma 2014.

Cultura Brasileira - Aula 12 - Cultura do cinema brasileiro

 

Cultura Brasileira - Aula 12 - Cultura do cinema brasileiro
Aula da disciplina Cultura Brasileira do Curso de Licenciatura em Ciências da Universidade Virtual do Estado de São Paulo - 2014

Cultura Brasileira - Aula 11 - Pós-modernidade e o enigma brasileiro

  

Cultura Brasileira - Aula 11 - Pós-modernidade e o enigma brasileiro
Aula da disciplina Cultura Brasileira do curso de Licenciatura da Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Turma 2014.

Cultura Brasileira - Aula 10 - A cultura literária

  

Cultura Brasileira - Aula 10 - A cultura literária
Aula da disciplina Cultura Brasileira do curso de Licenciatura da Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Turma 2014.

Cultura Brasileira - Aula 09 - O consumo cultural

   

Cultura Brasileira - Aula 09 - O consumo cultural
Aula da disciplina Cultura Brasileira do curso de Licenciatura da Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Turma 2014.

Cultura Brasileira - Aula 08 - As artes plásticas no Brasil

 


Aula 08 - As artes plásticas no Brasil
Aula da disciplina Cultura Brasileira do Curso de Licenciatura em Ciências da Universidade Virtual do Estado de São Paulo - 2014

Cultura Brasileira - Aula 7 - Racismo à brasileira

   

Professor Responsável pela disciplina: Luiz Jean Lauand
Professor ministrante: Luiz Costa Pereira Júnior

Cultura Brasileira - Aula 6 - Uma Cultura de Fé

  

Professor Responsável pela disciplina: Luiz Jean Lauand
Professor ministrante: Luiz Costa Pereira Júnior

Cultura Brasileira - Aula 5 - Carnavalizar a cultura

   

Cultura Brasileira - Aula 5 - Carnavalizar a cultura
Professor Responsável pela disciplina: Luiz Jean Lauand
Professor ministrante: Luiz Costa Pereira Júnior

Cultura Brasileira - Aula 4 - A tradição e a cultura popular e de elite

  

Cultura Brasileira - Aula 4 - A tradição e a cultura popular e de elite
Professor Responsável pela disciplina: Luiz Jean Lauand
Professor ministrante: Luiz Costa Pereira Júnior

Cultura Brasileira - Aula 3 - Identidade X Modernidade

   

Cultura Brasileira - Aula 3 - Identidade X Modernidade
Professor Responsável pela disciplina: Luiz Jean Lauand
Professor ministrante: Luiz Costa Pereira Júnior

Cultura Brasileira - Aula 2 - A língua da cultura brasileira

    

Cultura Brasileira - Aula 2 - A língua da cultura brasileira
Professor: Luiz Costa Pereira Júnior
Aula da disciplina Cultura Brasileira do Curso de Licenciatura em Ciências da Universidade Virtual do Estado de São Paulo - 2014

Cultura Brasileira - Aula 1 - Quem é brasileiro, cultura?





    

Cultura Brasileira - Aula 1
Quem é brasileiro, cultura?
Professor Luiz Costa Pereira Júnior
Aula da disciplina Cultura Brasileira do Curso de Licenciatura em Ciências da Universidade Virtual do Estado de São Paulo - 2014

sábado, 25 de julho de 2015

Nineteen Eighty-Four (1984) Full Sci-Fi Movie | John Hurt Full Movie




1984, Londres. O Reino Unido está sob o regime socialista, sendo controlado com mão de ferro pelo partido. Há em todo lugar telas de TV, que servem como os olhos do governo para saber o que os cidadãos fazem. No intuito de controlá-los são exibidas constantemente imagens através destas mesmas telas, relatando as batalhas enfrentadas pela Oceania em outros continentes. Winston Smith (John Hurt) vive sozinho e trabalha para um dos departamentos do governo, manipulando informações de forma que as notícias sejam positivas para a população. Até que, um dia, ele passa a se interessar por uma colega, Julia (Suzanna Hamilton), que o leva até os arredores da cidade. Eles passam a ter um relacionamento, algo proibido pelo partido, que deseja eliminar a libido na população.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Confira o artigo do professor Pio Penna

Paraguai: guerra injusta?

Pio Penna Filho*
 
O Papa Francisco, em recente visita ao Paraguai, afirmou que a guerra do Paraguai foi injusta. Sem dúvida, a guerra do Paraguai foi injusta, sobretudo com o povo paraguaio. Mas qual guerra pode ser considerada justa? O que é necessário para definir uma guerra como justa? Talvez o Papa tenha falado isso porque é um humanista e, por princípio, contrário a todas as formas de guerra.
É muito difícil afirmar que uma guerra é justa. Geralmente é aceito que um país tem o direito de se defender quando sofre uma agressão. Se for esse o caso para definir que uma guerra é “justa”, pelo menos em seu ponto de partida, então a guerra do Paraguai começou a partir de um ato de justiça, porque afinal o Brasil foi atacado por tropas paraguaias que, além de invadirem o território do país, assassinaram cidadãos brasileiros e saquearam propriedades por onde passaram.
Temos que parar com a vitimização do Paraguai em decorrência da guerra do século XIX. É bobagem e proselitismo barato dizer que o Brasil foi o malvado e o Paraguai, a vítima; o país bonzinho destruído pelo poderoso Império brasileiro.
Os paraguaios seguiram até o fim o seu líder supremo, o marechal Solano López, que arriscou a existência de sua pátria em nome de um objetivo político impossível de ser alcançado, que era impor os interesses do seu país ao Brasil por meio de uma medida de força. Aliás, a reabilitação histórica de Solano López é, no fundo, um despropósito, porque afinal foi ele o artífice de sua própria queda e da ruína do seu país. É esse tipo de líder ou herói que os paraguaios querem cultuar?
López teve o destino que mereceu. Suas próprias ações levaram a isso. Acusar o Imperador e os militares brasileiros de terem conduzido uma guerra injusta não faz o menor sentido, a não ser na perspectiva da vitimização de um país que foi vítima do seu próprio líder supremo. Não devemos, como brasileiros, portanto, ceder a esse canto da sereia do revisionismo histórico sem fundamento nos fatos.
É preciso, portanto, colocar a questão em perspectiva. Nesse caso, não há como mudar a História. O que aconteceu foi que o Paraguai, numa atitude insana, atacou o Brasil e a Argentina e pagou para ver. O que queria Solano López? Que o Império brasileiro recuasse e aceitasse a vontade política do Paraguai, intimidado por uma agressão militar? Ora, isso simplesmente não existe.
O Brasil exerceu o seu direito e, diria mesmo, sua obrigação de revide a uma agressão externa. E é sempre bom lembrar que quem se preparou para a guerra foi o Paraguai. Nem o Brasil e nem a Argentina pensavam em guerrear com o Paraguai, por isso o prolongamento do conflito, uma vez que os seus exércitos estavam despreparados para a guerra.
É verdade que a guerra atingiu um patamar absurdo de violência e que quem pagou o preço mais caro por ela foi o povo paraguaio. Mas qual guerra não é violenta? A violência é inerente à guerra. Acusações de crueldade em guerras são redundantes e, por vezes, são usadas como forma de denegrir a imagem de um dos atores por motivos políticos. Tão covarde quanto matar crianças em combate é colocá-las em combate, isso apenas para ilustrar um dos episódios mais criticados da guerra.
Portanto, a guerra do Paraguai foi injusta como todas as guerras são injustas. É preciso parar com esse proselitismo barato de que o Paraguai é o que é por causa do Brasil.




* Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB),  Pesquisador do CNPq e do Centro de Estudos Estratégicos do Exército Brasileiro (CEEEX). E-mail: piopenna@gmail.com

domingo, 12 de julho de 2015

PHILOSOPHY - Hegel



O filósofo alemão Hegel acreditava que pedaços estranhos da história têm muito a nos ensinar. História e civilização não se movem em uma linha reta, ideias e atitudes tão importantes ficam para trás. Através denso, prosa desagradável de Hegel, algumas ideias brilhantes se destacam.

PHILOSOPHY - Michel Foucault



Michel Foucault foi um historiador filosófico que questionou muitos dos nossos pressupostos sobre o quão melhor o mundo é hoje, em comparação com o passado. Quando ele olhou para o tratamento dos loucos, na profissão médica e na sexualidade, ele não vê o progresso que é rotineiramente assumido.

Aula 22 - Filosofia - Rousseau



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Aula 20 - Filosofia - John Locke



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Aula 19 - Filosofia - David Hume



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Livro do SEP, Filosofia, PV, p. 99

Aula 18 - Filosofia - Francis Bacon



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Livro do SEP, Filosofia, PV, p. 99

Aula 17 - Filosofia - René Descartes



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Aula 16 - Filosofia - Pascal



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Aula 15 - Filosofia - Montaigne



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Aula 14 - Filosofia - Erasmo de Roterdã



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Aula 13 - Filosofia - Maquiavel



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Aula 12 - Filosofia - Origem da Filosofia Moderna



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Aula 11 - Filosofia - Filosofia Medieval II: São Tomás de Aquino



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Aula 10 - Filosofia - Filosofia Medieval I: Santo Agostinho



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Aula 09 - Filosofia - Filosofias Helenísticas



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Aula 08 - Filosofia - Aristóteles: O Ser, o movimento e as virtudes



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Aula 07 - Filosofia - Aristóteles: Crítica a Platão



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Aula 06 - Filosofia - A Teoria das Ideias



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Aula 05 - Filosofia - Platão: Política/Dialética



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Aula 04 - Filosofia - Sócrates



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Aula 03 - Filosofia - Os Filósofos Pré-Socráticos



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Aula 02 - Filosofia - Causas do Surgimento da Filosofia na Grécia Antiga



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Aula 01 - Filosofia - Da Mitologia à Filosofia: Rupturas e Continuidades



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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Confira o artigo do professor Pio Penna

Prezados,
Segue o artigo da semana.
Att.,
Pio Penna




​Turbulências na China e repercussões no Brasil

Nos últimos anos a China foi alçada a uma categoria de destaque nas relações comerciais do Brasil, uma vez que aumentamos muito as nossas exportações para aquele país e começamos a criar uma espécie de dependência com relação ao seu mercado, sobretudo com as exportações de commodities. Ocorre que os chineses começam a enfrentar algumas dificuldades financeiras e econômicas e isso, certamente, impactará as exportações brasileiras para o gigante asiático.
Para uma economia como a brasileira que conta com fundamentos nada sólidos e com o país atravessando uma crise política que parece não ter fim, a situação é realmente preocupante.
Desde 2011 a China é o principal mercado para as exportações brasileiras e a sua importância em termos de investimentos diretos no Brasil vem aumentando consideravelmente. Uma crise prolongada na China, ou mesmo a desaceleração do seu crescimento econômico, algo esperado por muitos economistas, com toda a certeza afetará negativamente a economia brasileira.
A perspectiva de diminuição das exportações brasileiras para um mercado importante como o chinês, e ainda mais num momento difícil como esse para o Brasil, tem o potencial de atrasar a tão desejada e necessária recuperação econômica do país. E há que se notar, ainda, que não é possível redirecionar as exportações para outros mercados num curto período de tempo.
Assim, infelizmente o Brasil não tem muito o que fazer no curto prazo. A se confirmar um cenário de agravamento da crise chinesa, levará tempo para os exportadores brasileiros se adaptarem a essa nova conjuntura que, diga-se de passagem, já não é das melhores para alguns produtos de exportação que vem passando por uma depreciação dos seus preços no mercado internacional, como o minério de ferro.
É preciso observar que a luz amarela já está acesa e ela nos faz recordar uma lição importante em termos de comércio internacional, que é aquela que enfatiza a importância da diversificação de parceiros e de uma pauta de exportações mais variada, que não dependa tanto de alguns poucos produtos, sobretudo de commodities.
O governo brasileiro deve, portanto, retomar essa saudável prática o quanto antes, e buscar diversificar ao máximo os seus parceiros comerciais. A últimas viagens presidenciais, para os Estados Unidos e, mais recentemente, para a Rússia, são pontos positivos para um governo que passa a sensação de estar à deriva no mar revolto.  
Talvez as autoridades chinesas consigam mitigar os efeitos da crise e segurar a brusca queda nas bolsas, mas isso ainda é pura especulação. De toda forma, fica o alerta para as vulnerabilidades econômicas do país, que não são poucas. Embora a China seja um gigante econômico em movimento, precisamos ter consciência que mesmo economias fortes e inovadoras passam por momentos de crise.

sábado, 4 de julho de 2015

Modernidade Líquida

Resenha do livro: Modernidade Líquida

Ana Fátima de Brito, Claudia Simone Vieira



Resumo: Este trabalho é uma resenha do clássico livro de ZYGMUNT BAUMAN, filósofo polonês, cuja obra é Modernidade Líquida. Através desta resenha é possível analisar e refletir sobre as mudanças que a sociedade moderna atravessa desde o individualismo até as relações de trabalho, família e comunidade, onde o tempo e o espaço deixam de serem concretos e absolutos para serem líquidos e relativos.
Palavras-chaves: Modernidade, Individualidade, Trabalho, Comunidade, Emancipação.
Abstract: This paper is a review of the classic book by Zygmunt Bauman, Polish philosopher, who the master is Liquid Modernity. Through this review it is possible to analyze and reflect on the changes that modern society from the individual to go through labor relations, family and community, where time and space change from concrete and absolute to be relative and liquid.
Keywords: Modernity, Individuality, Work, Community, Empowerment.
Sumário: 1. Contextualização; 2. Emancipação; 3. Individualidade; 4. Tempo e Espaço; 5. Trabalho; e 6. Comunidade.
1. Contextualização 
Zygmunt Bauman é um sociólogo polonês nascido em 1925, que iniciou carreira na Universidade de Varsóvia. Publicou mais de quarenta livros, entre os quais Modernidade Líquida, a obra escolhida para este resumo crítico.
Modernidade Líquida foi publicada próximo ao ano 2000, na propalada virada do século, sendo efetivamente lançado em 2001. Naquela época o mundo estava em pânico, pois havia diversas previsões de panes tecnológicos em programas e computadores espalhados pelo mundo, o famoso “bug do milênio”, ou seja, as máquinas e aplicativos computacionais estavam escritos e preparados para executar até 1999, o que exigia muitas adaptações para que não houvesse um caos tecnológico nos diversos setores e segmento da vida moderna.
Antes disso, durante a década de 1990, haviam ocorrido crises econômicas creditadas à globalização crescente, além de guerras como a do Golfo e nos Bálcãs. A Internet disseminava um conceito de universo social, criando tribos sociais que iam desde o consumismo desenfreado até a militância de causas ambientalistas.
O título da obra decorre da modernidade da sociedade que avança em vários sentidos, porém, questionável em suas atitudes e o seu contexto enquanto sociedade. A liquidez, a qual Bauman propõe vem do fato que os líquidos não têm uma forma, ou seja, são fluídos que se moldam conforme o recipiente nos quais estão contidos, diferentemente dos sólidos que são rígidos e precisam sofrer uma tensão de forças para moldar-se a novas formas.
Os fluídos movem-se facilmente, quer dizer: simplesmente “fluem”, “escorrem entre os dedos”, “transbordam”, “vazam”, “preenchem vazios com leveza e fluidez”. Muitas vezes não são facilmente contidos, como por exemplo, em uma hidrelétrica ou num túnel de mêtro, lugar que se pode observar as goteiras, as rachaduras ou uma pequena gota numa fenda mínima. Os líquidos penetram nos lugares, nas pessoas, contornam o todo, vão e vem ao sabor das ondas do mar.
A obra dedica-se a análise dessa liquidez que permeia cinco tópicos básicos: a emancipação, a individualidade, o tempo e espaço, o trabalho e a comunidade.

2. Emancipação
Bauman levanta uma questão sobre o conceito de liberdade, quando questiona se a mesma seria uma benção ou maldição, ou seja, uma benção no sentido que o individuo pode agir conforme os seus pensamentos e desejos, mas na contra-mão fala de uma maldição, já que recai sobre ele a responsabilidade por seus atos e ações.
Na modernidade líquida a hospitalidade dá espaço à crítica, onde passa do estado de agente passivo para o agente ativo, que questiona e reflete sobre as ações e porquês das coisas e a ação do individuo sobre a sociedade e vice-versa. A sociedade sólida, ou mesmo concreta, era impregnada de um certo totalitarismo na medida que é rígida, não tem resiliência e não se adapta as novas formas.
Bauman aborda que “o principal objetivo da teoria crítica era a defesa da autonomia, da liberdade de escolha e da auto-afirmação humanas, do direito de ser e permanecer diferente”.  Em outras palavras, a tal hospitalidade à crítica é onde o individuo vai e vem em liberdade e esta aberto aos questionamentos e reflexões, ele flui pela sociedade, tempo e espaço, pode reclamar ao sentir-se prejudicado, reivindicar direitos, porém é também responsabilizado pelas ações e reações decorrentes de seus atos.
Nesta altura da reflexão sobre a emancipação o autor traz a tona Max Weber que discursava sobre a impossibilidade de atingir a satisfação plena, porque o momento da autocongratulação e realização plena moviam-se rápido demais, para mais e mais adiante, fazendo com que o individuo fosse impulsionado para frente, perseguindo outros objetivos e anseios. 
Para o autor há duas características que fazem a forma de modernidade nova e diferente, uma que relata sobre o declínio da crença do fim do caminho no qual andamos, ou seja, para ele a modernidade é um caminho infindável de oportunidades, desejos, realizações a serem perseguidas continuamente. A segunda crença fala sobre a mudança da desregulamentação e a privatização das tarefas e deveres modernizantes, ou seja, a tarefa apropriada ao coletivo, simbolizado na figura da sociedade, sofre uma fragmentação para o individuo. A responsabilidade mais uma vez recai sobre o individuo que escolhe que caminho trilhar e o modelo a ser seguido ao invés de seguir normas pré-estabelecidas por governos ou líderes impostos.
O coletivismo foi à primeira opção daqueles que se situavam na ponta da recepção, ou seja, passivos, incapazes de tomar decisão, inertes em suas próprias limitações, que se deixavam levar pela modernidade sólida.
A distancia entre a individualidade como fatalidade e a individualidade como capacidade realista e prática de auto-afirmação está diminuindo. O individuo aprende a expressar-se de maneira adequada com o meio exterior e procura influenciar o meio para alcançar seus objetivos, fazer amigos, trabalhar em uma rede social complexa e emaranhada de agentes ativos e com fluidez.
Há uma distinção entre o cidadão que é um individuo que buscar seu próprio bem, através do bem-estar da cidade e o individuo que tende a ser morno, cético ou mesmo prudente quanto a causa comum, ao bem comum ou mesmo à sociedade justa. O individuo busca a sua auto-realização através de meios que o permitam tal realização, além disso, a individualização chegou para ficar com todas as suas implicações que decorrem de tal fato. 
Outro ponto de debate é sobre distinção entre o individuo de jure e o de facto. Para o primeiro significa não ter ninguém para culpar sobre os seus fracassos e desilusões a não ser a si mesmo, enquanto que o individuo de facto é o que ganha controle sobre seus destinos e toma as decisões que assim deseja. Entretanto, para que seja de facto é necessário que seja um cidadão. O espaço privado está colonizando o espaço público, onde o individuo de facto age e interage com o todo ao seu redor.
Há uma critica da política-vida onde a verdadeira libertação requer atualmente mais, e não menos, da esfera pública e do poder público, onde a autonomia individual carece de medidas públicas, na medida em que flui a sua relação interpessoal e o complexo meio da sociedade autônoma.

3. Individualidade
O autor inicia esse segundo conceito, ou seja, a individualidade com a revisão de conceitos trazidos da modernidade sólida como de Orwell, em sua obra 1984. Nela a liberdade individual era tolhida e controlada por uma força maior simbolizada na figura do grande irmão, que tudo vê, tudo ouve e tudo sabe. Ele é o controlador e disseminador de regras a serem seguidas por todas as pessoas. Adicionalmente, reforçando este ponto de vista, cita Walpole que escreveu que “o mundo é uma comédia para os que pensam, e uma tragédia para os que sentem”, ou seja, os que raciocinam e refletem sobre o contexto conseguem formular ou até mesmo agir e intervir sobre os demais, enquanto que outros que sentem, movem-se pelo coração, sofrem porque podem ser manipulados, atingidos ou frustrados pelo não alcance de suas metas.
Quanto ao capitalismo pesado segue certa ordem, ou seja, significa monotonia, regularidade, repetição e previsibilidade. Um exemplo é o caso do fordismo que em seu apogeu representou um modelo de industrialização, de regulamentação e de acumulação. As pessoas tinham funções muito bem definidas no processo de fabricação dos carros, algumas apenas apertavam arruelas de parafusos da porta, outras colocavam pneus, outras os bancos e assim por diante, com um alto grau de especialização para que o processo fosse ágil e eficiente. O que permitiu o alto volume de vendas naquela época, mas o individuo não tinha poder de escolha nem mesmo do modelo ou cor do carro, havia somente o Ford T. Os empregados eram contratados apenas para uma função, limitando suas potenciais habilidades e capacidades de desenvolvimento. O modelo do fordismo era um sistema que se auto-reproduzia, orientado pela ordem, gerando uma engenharia social.
A visão do capitalismo de Bauman é mais negativa, porém, cabe ao individuo descobrir e potencializar suas capacidades intelectuais, manuais ou mesmo físicas e aproveitá-las da melhor maneira possível para sua auto-realização, ou seja, com a máxima eficiência possível, de preferência alcançando a eficácia.
Para ele, no mundo capitalista existe o agente consumidor, que utiliza os bens ou serviços disponíveis, e sua frustração maior não é a falta do produto, mas sim a multiplicidade de escolhas disponíveis. E que será necessário abrir mão de várias possibilidades para ficar com apenas uma ou algumas alternativas de produtos e bens. No pensamento filosófico expresso neste capítulo da obra, o autor talvez quisesse dizer que pode haver maior espaço para um tema tão complexo quanto o comportamento do consumidor.
No capitalismo leve e fluido, as autoridades não mais ordenam, mas sim tentam seduzir e tornam-se agradáveis às pessoas que escolhem. Talvez seja pela tal propalada diversidade de opções e escolhas que cada indivíduo possui na modernidade liquida. Além disso, há certo maniqueísmo no capitalismo líquido, como a utilização da imagem de personalidades renomadas para passar credibilidade ou mesmo certa autoridade nos produtos e serviços que estão à disposição para o consumo.  
Em certo trecho do capítulo sobre a individualidade, o autor coloca “as condições de vida em questão levam homens e mulheres a buscar exemplos, e não lideres”, neste ponto poderia haver um debate sobre o ser líder e o ser exemplo. No comportamento do consumidor, um das áreas estudadas é justamente a abordagem sobre o efeito da beleza do corpo e da alma, sobre o consumidor e as suas escolhas de consumo. Sendo que muitas vezes a alma, o comportamento e as ações da pessoa em questão valem muito mais.
Um contra-ponto colocado por Bauman é que procurar exemplos e/ou orientações contínuas pode virar um vício, onde a pessoa torna-se dependente como se fosse uma droga, que quando privado, sofre convulsões e todo vício é autodestrutivo.
O código em que a “política de vida” está inserida, deriva da pragmática de comprar, ou seja, o ter é muito mais que o ser. O individuo procura a auto-afirmação quando passa a ter bens e produtos e para sobressair-se diante das demais pessoas da sociedade. O desejo é ilimitado, quando o individuo alcança um patamar imediatamente almeja outro maior e assim por diante. Cabe ressaltar que o autor poderia ter abordado o fato que há modernidade líquida, como a sólida é pautada por uma sociedade de consumo, um capitalismo perverso, que é estimulado por outras áreas como o marketing, propaganda, biogenética e outras.
Em relação ao corpo do consumidor, há uma distinção que é descrita quanto à saúde e a aptidão, ou seja, a saúde é a condição na qual o individuo é capaz de executar uma determinada função, seja física, como carregar um fardo ou psíquica como realizar a operação financeira de um caixa de supermercado. A aptidão vai além da saúde, no sentido de que estar apto significa ter um corpo flexível, ajustável e resiliente. Diz respeito a quebrar todas as normas e superar todos os padrões estabelecidos.
Na sociedade dos consumidores individualizados, tudo precisa ser feito por conta própria e a ironia reside no fato que ir as compras é um ato que encerra em si próprio a atividade individualizada de comprar. A identidade do ser é aquela em que o individuo tenta solidificar o fluido, ou seja, é marcada quando se compartilha as mesmas coisas, como se fosse uma marca, a busca pelo eterno e o imutável. A identidade é única e individual e somente pode ser consolidada quando se adquire o objeto que todo mundo compra.
O consumidor entra em conflito pela amplitude das escolhas que estão disponíveis ao seu redor, a angustia da tomada de decisão correta frente às diversas alternativas, a responsabilidade do individuo livre pela sua decisão e o risco assumido, fazem o processo do consumo cíclico e interminável.
Mudar de identidade implica em quebrar com os antigos preceitos, trata-se de uma iniciativa privada e individualizada, porém, implica em assumir riscos e romper determinados vínculos e certas obrigações.
Por fim, ele deixa uma reflexão sobre a individualidade que traz em si uma competitividade mais agressiva, onde o individuo está só e depende somente de si mesmo para fazer suas escolhas, pensamentos e ações ao invés de unificar uma condição humana regida pela cooperação e solidariedade.

4. Tempo e Espaço
No primeiro momento é analisada a comunidade, que nos remete a um passado longínquo, ou melhor, a um resquício de utopia sobre um bem viver em harmonia entre os vizinhos e os demais que nos circundam, seguindo as melhores regras de convívio. Porém, o autor traz a baile um comentário dos psiquiatras sobre o sentimento que um individuo nutre pensando que os outros estão sempre a conspirar contra ele. Com idéias antagônicas do bem-viver e a conspiração, o ideal de comunidade seria uma utopia a ser atingida. Pode-se dizer que comunidade é uma versão compacta do viver junto, porém quase nunca se concretiza.
No que tange a cidade, é um ajuntamento de pessoas estranhas umas as outras, que não tiveram nenhuma afinidade prévia e provavelmente nunca terão. Neste ponto, a obra relata que novamente há uma oportunidade de consumo imediato, sem compromisso com o outro individuo, é como uma espécie de máscara pública que usamos para viver em uma cidade, o que seria a essência da civilidade, que permite o engajamento e a participação pública sem a exposição do verdadeiro “eu”. A cidade como um espaço onde as pessoas podem compartilhar, sem serem pressionadas ou induzidas a retirar a tal máscara.
A ideia que Bauman transpassa mais uma vez, é que, quando o consumidor ou comprador vai às compras, é como uma viagem no espaço e, secundariamente, viagem no tempo. Os espaços seriam lugares que se atribuem significados, sejam eles de consumo, de vivência, ou outro lugar no qual as pessoas lhe atribuam algum valor. Já os espaços vazios são justamente o contrário, onde não há um significado atribuído aos mesmos.
É colocada no texto a passagem “é uma patologia do espaço público que resulta numa patologia da política: o esvaziamento e a decadência da arte do diálogo e da negociação, e a substituição do engajamento e mútuo comprometimento pelas técnicas do desvio e evasão”. Nota-se aqui a antiga recomendação dos pais e avôs para os netinhos: não fale com estranhos, mantenha distância de quem você não conhece, ele podem fazer mal e sequestrá-lo. Talvez uma analise psicológica mais profunda explicaria a eterna fuga do debate e da negociação entre as pessoas.  
Uma definição simplista do “espaço” seria o que se pode percorrer em certo tempo e que o “tempo” seria o que se precisa para percorrê-lo. Há muita discussão sobre a definição exata do espaço e tempo, haja vista, inúmeros debates entre físicos, matemáticos e ciências “duras” ou mesmo a filosofia, contribuindo com suas reflexões.
A modernidade é delineada em um tempo e este tempo tem uma história associada. O tempo e espaço deveriam ser emancipados de seus grilhões estanques e sólidos, neste mundo fluido, o espaço fica maior com máquinas mais velozes, com invenções e desenvolvimento de tecnologias, e a cada vez cabe mais coisas dentro do tempo, com eventos simultâneos, rápidos, conjugados e assim ampliando também o espaço.
Na modernidade pesada, a riqueza e o poder dependem do tamanho e qualidade do hardware que são lentos e complexos no movimento, em antítese a modernidade leve. Fluem com os sistemas simbolizados no software, com as pessoas dispersas desenvolvendo capital intelectual e interligando as tecnologias, pessoas, objetos, espaços e tempo. Porém, a rapidez do software no tempo desvaloriza a idéia de espaço, aquele espaço físico onde as pessoas se reuniam, trabalhavam e conviviam.
Adicionalmente, poderia ser considerada a criação do espaço virtual que se desenvolveu no início do século XXI depois da publicação de Modernidade Líquida, como os “avatares”, a fazenda virtual do Facebook e assim por diante. A urgência de ir a algum lugar cede ao espaço virtual, no qual podemos ir a qualquer lugar no momento que assim desejar.
O poder líquido está em quem pode se liquefazer, ou seja, quem é livre para tomar decisões, ocupa mais espaço e livre para movimentar-se quase de modo imperceptível. A administração no capitalismo leve consiste em manter a mão-de-obra afastada do espaço ou mesmo forçá-la a sair, onde a era do software não mais prende e permite a liberdade de movimento, volátil e inconstante, por sua dinâmica de desenvolvimento em qualquer espaço e tempo ao redor do mundo.
A vida instantânea parece uma viagem infinita com múltiplas possibilidades a serem realizadas numa fração de tempo e na miniaturização dos componentes para caberem mais em menos. Costuma-se dizer que o dia deveria ter mais que 24 horas para fazer tudo que seria “necessário”. Atualmente as pessoas já ecoam que será preciso mais de uma vida para realizar e obter o que desejam.
O amanhã é tão efêmero e irreal, que é utilizado inclusive para passar credibilidade e esperança para as pessoas, numa realização que talvez nunca se concretize. O homem foi sustentado por dois pilares, entre o passado e o futuro construindo uma ponte entre a durabilidade e transitoriedade, mas viver numa modernidade líquida implica em assumir responsabilidades e viver o momento, o instantâneo em seu tempo e espaço únicos.

5. Trabalho
O capítulo sobre trabalho começa a idéia que para dominar o futuro é preciso ter os pés bem plantados no presente, porque o indivíduo que tem o poder sobre o presente pode expandir-se no futuro e até mesmo declinar do passado. Vale lembrar que, os grandes impérios da antiguidade como o romano, por exemplo, declinou décadas mais tarde e não se perpetuou no poder, apesar da hegemonia gloriosa do passado que um dia foi o presente.
A questão proposta pelo autor é a do progresso que se sustenta na autoconfiança em si mesmo e no desenvolvimento. O estágio da modernidade líquida no qual o progresso está inserido não é mais considerada uma medida temporária ou transitória que conduz a realização duradoura do bem-estar e viver, mas sim um desafio e uma necessidade perpétua e, quiçá, infindável de permanecer vivo e bem.
Como o tempo é escasso e instantâneo, o progresso precisa ser consumido e usufruído com rapidez, que o momento exige, antes mesmo que o outro progresso se faça perceber. Numa vida guiada pelo preceito da flexibilidade, as estratégias e planos de vida só podem ser de curto prazo, tal preposição colocada por Bauman merece um contra-ponto, se o que há são planos de curto prazo, então qual seria a razão de dedicar-se anos a fio aos estudos, por exemplo, sem um objetivo maior que é ser doutor em medicina neurológica, ou mesmo as empresas fazerem planos estratégicos considerados de longo prazo, que estão em torno de cinco a dez anos, se não houvesse tempos além do curto prazo. A simplificação pura do tempo instantâneo e fugaz, talvez não devesse simplesmente expandir em quaisquer direções.
A relação do trabalho onde o individuo tem se movimentado do estado sólido, com planejamentos de longo prazo, como trabalhar por anos a fio numa mesma empresa, até sua aposentadoria, cede lugar ao movimento curto, no qual o trabalhador articula e planeja algo em torno de dois movimentos futuros e deixa o sistema fluir.
O termo “remendar” proposto pelo autor talvez seja mais apropriado nessa nova relação de trabalho, na qual o plano a longo prazo é substituído pelo curto prazo e é necessário fazer ajustes na engrenagem com a máquina em movimento. 
A ascensão do trabalho ocorreu quando o individuo descobriu que o trabalho era uma fonte de riqueza, assim a razão tinha que buscar, utilizar e explorar essa fonte de modo mais eficiente. No capitalismo pesado, a relação entre o trabalho e a empresa, ou melhor, o capital que deveria ser atado, de tal forma que caminhasse junto e o sistema, não propiciasse a emancipação do individuo. Ele ficaria atrelado e subjugado aos desejos e ordens de outrem e o tempo seria considerado de longo prazo.
No capitalismo leve há a nova mentalidade que prega o curto prazo e os interesses do individuo não atrelados necessariamente do capital. A flexibilidade de ir e vir, o espaço virtual, a mobilidade de transitar por outras esferas apregoa que a vida no trabalho está sujeita a incertezas, o qual gera uma força individualizadora. Há uma fragilidade que permeia as relações no trabalho, um desengajamento unilateral. Entretanto, poderia ser acrescentado o aspecto bilateral, onde as partes envolvidas perseguem seus próprios objetivos e interesse independente, ou seja, o individuo e a empresa são entes independentes.
Os antigos funcionários cedem lugar aos colaboradores que tem menor laço com a empresa, na medida em que a relação de comprometimento no longo prazo se exígua. Os interesses das empresas e dos indivíduos não ficam claros para nenhuma das partes e assim para evitar uma frustração futura tendem a desconfiar de qualquer lealdade em relação ao local de trabalho ou projetos futuros.
A procrastinação é o ato de adiar uma ação, neste sentido ela tem uma tendência a romper qualquer limite de tempo e a estender-se indefinidamente.  A satisfação por sua vez fica relegada ao adiamento como uma provação simples e pura, uma problemática que sinaliza certo desarranjo social e/ou inadequação pessoal.
No fundo o trabalho na modernidade leve, condensa as incertezas quanto ao futuro e ao planejamento a longo prazo, a insegurança estabelecida nas relações e a falta de garantias entre as partes. No mundo do desemprego estrutural ninguém se sente suficientemente seguro ou amparado, ou seja, a flexibilidade é o termo que rege os novos tempos. Assim a satisfação instantânea é perseguida, ao contrário do adiamento da mesma, uma oportunidade não aproveitada é uma oportunidade perdida. Não obstante, a satisfação instantânea é a única maneira de sufocar o sentimento de insegurança, recolocada aqui, não a única, mas sim uma das formas para dominar o sentimento de insegurança, haja vista, que existem outros subterfúgios a serem aplicados no campo da psicologia com esse intuito.

6. Comunidade
A comunidade ideal seria um mundo que oferece tudo que se precisa para levar uma vida significativa e compensatória. É importante para o individuo participar do meio e interagir com ele, mesmo que haja a dicotomia entre liberdade do individuo e as mínimas regras estabelecidas.
Patriotismo versus nacionalismo, no qual o primeiro, em geral, é caracterizado pelo positivismo e o segundo pela carga negativa, ou seja, o nacionalismo é um certo sentimento de ódio e revolta, no qual os outros países estrangeiros estão conspirando algo ruim contra ele. O país acha que está sendo sub-valorizado e sub-respeitado e o patriotismo é visto como o lado leve que enaltece o país, ressalta as suas boas qualidades, sendo um movimento do “eu enquanto país”. O nacionalismo parece como ente que tranca e amordaça enquanto que o patriotismo parece ser mais libertador, leve, tolerante e hospitaleiro.
Além disso, a comunidade de semelhança é utilizada com certo espírito de “nós”, que seria com o intuito de se  disseminar a responsabilidade das ações e conseqüências, não fui eu, mas sim nós, portanto o outro também é responsabilizado. Essa imagem de comunidade como uma ilha de prosperidade e tranqüilidade caseira, num mar revolto e traiçoeiro, cativa à imaginação das pessoas.
Quando a globalização parece tem vigor maior para a disseminação da competitividade entre os povos, a luta pela sobrevivência busca novos mercados, explora a mão-de-obra mais barata e estimula a força da inimizade, mais do que promove a coexistência pacífica das comunidades. As populações sedentárias da modernidade sólida resistem às populações nômades mais propensas a modernidade líquida, atitude que motiva novas regras e deslocamentos de poder criando um conflito de pensamento e contrariedade.
Na paisagem da modernidade líquida a figura do “cloakroom”, ou comunidade de carnaval, é indispensável. O termo “cloakroom” capta bem um de seus traços característicos, no qual o espectador deixa suas roupas e regras utilizadas na rua e veste-se de acordo com a ocasião do espetáculo e assume novas regras durante o tempo daquela apresentação. Entretanto, a comunidade de carnaval dissipa as energias de impulsos de sociabilidade ao invés de condensar e assim contribui para a perpetuação da solidão.
O individuo conquista uma liberdade de ação e pensamento, na busca continua de realização e auto-afirmação, quebrando vínculos com o meio, como exemplo, o trabalho no capital pesado, onde havia uma relação mais sedentária entre as pessoas e o capital.
O tempo atua também numa comunidade de semelhança no capitalismo leve, com a inserção do individuo emergindo conflitos do “eu” e do “nós” que há na liberdade, porém, que também exige a responsabilidade associada à ação.
Esta obra deve ser revista ao longo do tempo, a afim de que novas reflexões e progressos sejam revisados a luz do entendimento da modernidade líquida.

Referência bibliográfica:
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. 258 p.

 

Informações Sobre os Autores

Ana Fátima de Brito
Mestranda em Administração de Empresas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. Formação acadêmica: formada em Ciências Contábeis (UFMG), com pós-graduações em Auditoria (UFMG) e Administração industrial (USP), trabalha como auditora em uma instituição financeira.
Claudia Simone Vieira
Fonte: http://zip.net/bnrxQp