quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Historiador faz uma reflexão sobre o crescimento do PIB brasileiro

Sexta Economia Mundial

Pio Penna Filho*

Essa semana o The Guardian, jornal britânico, resolveu antecipar o ranking das maiores economias mundiais e colocou o Brasil em sexto lugar, ultrapassando a Grã- Bretanha. Embora esse dado ainda não seja oficial é bem possível que o Brasil, de fato, inicie 2012 à frente dos ingleses em termos do tamanho do seu Produto Interno Bruto. Mas essa informação, por si só, não quer dizer muita coisa.

A comparação pura e simples do tamanho da economia de um país com a de outro pode levar a muitos equívocos. Exemplo desse tipo de discrepância é comparar apenas o tamanho das economias do Brasil e da Grã-Bretanha. Em termos absolutos o Brasil pode até possuir uma economia maior que a da Grã-Bretanha, mas e outros indicadores como nível educacional, acesso a saúde, distribuição de renda, em suma, desenvolvimento humano? Nesses termos, como estamos?

É bem sabido por qualquer brasileiro que, em termos gerais, vive-se muito melhor na Grã-Bretanha do que no Brasil. Não será apenas com o crescimento do Produto Interno Brutoque atingiremos o nível social dos países do chamado primeiro mundo.

Nos anos 1970, quando a economia brasileira crescia a taxas extraordinariamente altas durante o chamado “milagre brasileiro”, os nossos economistas mais liberais costumavam dizer, a plenos pulmões, que era preciso fazer o “bolo crescer” para depois dividi-lo. Ora, as políticas econômicas então adotadas apenas reforçaram uma das piores características da economia brasileira: a concentração de renda. Enfim, o bolo até cresceu, mas não foi dividido ou, quando muito, o foi de forma muito desigual.

Se, por um lado, chegamos a ser a oitava economia do mundo, por outro, tínhamos uma das piores discrepâncias sociais entre todos os países do planeta. Os mais ricos do Brasil – uma minoria – viviam como os mais ricos dos países ricos e os nossos pobres e excluídos – de longe, a maioria – viviam como os mais pobres do mundo. Esse quadro, infelizmente, não mudou tanto assim, embora alguns avanços tenham sido verificados em anos mais recentes.

Mesmo considerando que a economia brasileira cresceu e estejamos à beira de atingirmos a sexta posição mundial, ainda falta muito, mas muito mesmo, para atingirmos o padrão dos países europeus.

Continuamos pessimamente colocados em termos de distribuição de renda e em investimentos sociais. Nosso sistema educacional é precário e a saúde pública um drama. As elites brasileiras são, em grande medida, descompromissadas com o seu próprio país. Os políticos, que deveriam pensar o futuro da nação, não costumam ir além dos interesses próprios, por mais mesquinhos que se apresentem. A corrupção graça em terras brasileiras e, pior ainda, a impunidade é nossa marca registrada.

Quando consideramos todos esses problemas que insistimos em ignorar no nosso dia a dia, ficamos intimidados e até mesmo envergonhados com o crescimento concentrado da riqueza em nosso país. Se nada fizermos, não importa a sexta posição, que seja a quarta ou terceira posição mundial, continuaremos no mesmo lugar, campeões da desigualdade e da pobreza convivendo com a pujança e a riqueza, tal qual acontece nas nossas grandes cidades, onde esses dois mundos estranhamente se juntam e viram atração turística para curiosos olhares estrangeiros.



*Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Os teóricos da Sociologia e suas obras

Faça você

1. (UFU) Considere a maneira pela qual Émile Durkheim define os fatos sociais. “... consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem”.

DURKHEIM Émile, As Regras do Método Sociológico. 9ª Ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1978. p. 3.

Marque a alternativa correta.

A) De acordo com Durkheim, cabe apenas à consciência coletiva e às sanções repressivas garantirem a solidariedade das sociedades modernas.

B) Segundo Durkheim, as sanções repressivas são as únicas compatíveis com o tipo de solidariedade caraterístico das sociedades modernas.

C) Para Émile Durkheim, as sanções restitutórias ganham importância crescente à medida que a divisão social do trabalho torna-se o fator por excelência da solidariedade social.

D) Conforme Durkheim, é a divisão social do trabalho que garante a coesão social e moral das sociedades primitivas.

2. (UFU) Considere a seguinte passagem da obra de Max Weber.

“... de acordo com a ética quaker é a vida profissional do homem que lhe dá certo treino moral, uma prova de seu estado de graça para a sua consciência, que se expressa no zelo e no método, fazendo com que ele consiga cumprir a sua vocação. Não é um trabalho em si, mas um trabalho racional, uma vocação que é pedida por Deus. Na concepção puritana da vocação, a ênfase sempre é posta neste caráter metódico da ascese vocacional...”

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 6ª Ed. São Paulo: Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais, 1992. p. 115.

Marque a alternativa correta.

A) De acordo com Weber, a ação racional referente a valores passou a predominar tão logo o capitalismo e a burocracia modernos se firmaram no seio das sociedades ocidentais.

B) Conforme Weber, a ação racional referente a fins é componente essencial do tipo de ética predominante nas sociedades modernas.

C) Segundo Weber, a ação social de tipo tradicional é condição sine qua non para a dinâmica das sociedades capitalistas modernas.

D) Para Weber, a ação social determinada de modo afetivo é central para a lógica de funcionamento da burocracia moderna.

.

3 . (UFU) Sobre os quadros de anomia social, considere a teoria sociológica de Émile Durkheim e marque a alternativa correta.

A) A anomia social não se relaciona à divisão social do trabalho, pois essa diz respeito, estritamente, às funções econômicas de produção, de riqueza e de comércio.

B) Situações de patologia social são raras nas sociedades de solidariedade orgânica, pois essas se assentam na semelhança de funções entre as partes que compõem o tecido social.

C) A ameaça de desintegração é particularmente presente nas sociedades mais complexas, pois essas se baseiam na diferenciação, o que potencializa o enfraquecimento dos valores.

D) A sociedade ocidental moderna encontra na religião tradicional sua principal fonte para as crenças comuns, sendo essas a prevenção eficaz à anomia social.

4. (UFU) Considere a citação abaixo.

Por sua formação filosófica, Marx concebia a realidade social como uma concretude histórica, isto é, como um conjunto de relações de produção que caracteriza cada sociedade num tempo e espaço determinados (...). Por outro lado, cada sociedade representava para Marx uma totalidade, isto é, um conjunto único e integrado das diversas formas de organização humana nas suas mais diversas instâncias – família, poder, religião.

COSTA, Cristina. Sociologia – introdução à ciência da sociedade, 3ª ed., São Paulo: Moderna, 2005. p. 123-124.

Com base nesse trecho e na teoria social de Karl Marx, marque a alternativa correta.

A) A consciência é um fenômeno autônomo diante do processo produtivo e das relações sociais de produção, o que nos leva a concluir que há uma evolução das idéias sociais.

B) A dominação de classes no capitalismo é um processo econômico que prescinde das esferas política, ideológica e jurídica.

C) As transformações sociais decorrem, fundamentalmente, da evolução das forças produtivas, principalmente, da ciência e da tecnologia.

D) A totalidade social, para Marx, é indeterminada, sendo autônoma em relação à instância da produção e reprodução das condições materiais de existência.

5.(UEL) Leia os depoimentos a seguir:

• Sou um ser livre, penso apenas com minhas idéias, da minha cabeça, faço só o que desejo, sou único, independente, autônomo. Não sigo o que me obrigam e pronto! Acredito que com a força dos meus pensamentos poderei realizar todos os meus sonhos, e o meu esforço ajuda a sociedade a progredir.

(Jovem estudante e trabalhadora em uma loja de shopping).

• Sou um ser social, o que penso veio da minha família, dos meus amigos e parentes, gostaria de fazer o que desejo, mas é difícil! Às vezes faço o que quero, mas na maioria das vezes sigo meu grupo, meus amigos, minha religião, minha família, a escola, sei lá... Sinto que dependo disso tudo e gostaria muito de ser livre, mas não sou! (Jovem estudante em uma escola pública que trabalha em empregos temporários).

• Sinto que às vezes consigo fazer as coisas que desejo, como ir a raves, mesmo que minha mãe não permita ou concorde. Em outros momentos faço o que me mandam e acho que deve ser assim mesmo. É legal a gente viver segundo as regras e ao mesmo tempo poder mudá-las. Nas raves existem regras, muita gente não percebe, mas há toda uma estrutura, seguranças, taxas, etc. Então, sinto que sou livre, posso escolher coisas, mas com alguns limites. (Jovem estudante e Office boy).

Some a(s) alternativa(s) que expressam as explicações sociológicas sobre a relação entre indivíduo e sociedade presentes nas falas.

01 – Individualismo, fundado no liberalismo de vários autores dos séculos XVIII a XX;

02 - funcionalismo, fundado no conceito de consciência coletiva de E. Durkheim;

04 - sociologia compreensiva, fundada no conceito de ação social e suas tipologias de M. Weber.

08 - Sociologia compreensiva, fundada em K. Marx;

16 - funcionalismo, fundado no conceito dos três estados de Augusto Comte.

6. (UEL - 2008 ) De acordo com Florestan Fernandes:

A concepção fundamental de ciência, de Emile Durkheim (1858-1917), é realista, no sentido de defender o princípio segundo o qual nenhuma ciência é possível sem definição de um objeto próprio e independente.

(FERNANDES, F. Fundamentos empíricos da explicação sociológica. Rio de Janeiro: Cia Editora Nacional, 1967. p. 73).

Assinale a alternativa que descreve o objeto próprio da Sociologia, segundo Emile Durkheim (1858-1917).

a) O conflito de classe, base da divisão social e transformação do modo de produção.

b) O fato social, exterior e coercitivo em relação à vontade dos indivíduos.

c) A ação social que define as inter-relações compartilhadas de sentido entre os indivíduos.

d) A sociedade, produto da vontade e da ação de indivíduos que agem independentes uns dos outros.

e) A cultura, resultado das relações de produção e da divisão social do trabalho.


7. (UEL - 2008) De acordo com Max Weber, a Sociologia significa: “uma ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la casualmente em seu curso e em seus efeitos.” Por ação social entende-se as ações que: “quanto ao seu sentido visado pelo agente, se refere ao comportamento dos outros, orientando-se por este em seu curso.”

(WEBER, M. Economia e sociedade. Traduzido por Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. vol. I. Brasília: Editora UnB, 2000. p. 3)

Com base no texto, considere as afirmativas a seguir:

I. “Mesmo entre gente humilde, porém, funcionava o sistema de obrigações recíprocas. O nonagentário Nhô Samuel lembrava com saudade o dia em que o pai, sitiante perto de Tatuí, lhe disse que era tempo de irem buscar a novilha dada pelo padrinho... Diz que era costume, se o pai morria, o padrinho ajudar a comadre até ‘arranjar a vida’. Hoje, diz Nhô Roque, a gente paga o batismo e, quando o afilhado cresce, nem vem dar louvado (pedir a benção).”

(CANDIDO, A. Os Parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1982. p. 247.)

II. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.”

(CUNHA, E. Os Sertões. São Paulo : Círculo do Livro, 1989. p. 95.)

III. “Não há assim por que considerar que as formas anacrônicas e remanescentes do escravismo, ainda presentes nas relações de trabalho rural brasileiro, [...], dando com isso origem a relações semi-feudais que implicariam uma situação de ‘latifúndios de tipo senhorial a explorarem camponeses ainda envolvidos em restrições da servidão da gleba’. Isso tudo não tem sentido na estrutura social brasileira.”

(PRADO Jr., C. A Revolução Brasileira. São Paulo : Brasiliense, 1987. p. 106.)

IV. “O coronel, antes de ser um líder político, é um líder econômico, não necessariamente, como se diz sempre, o fazendeiro que manda nos seus agregados, empregados ou dependentes. O vínculo não obedece a linhas tão simples, que se traduziriam no mero prolongamento do poder privado na ordem na ordem pública [...] Ocorre que o coronel não manda porque tem riqueza, mas manda porque se lhe reconhece esse poder, num pacto não escrito.”

(FAORO, R. Os donos do poder. v. 2. Porto Alegre: Editora Globo, 1973. p. 622.)

Correspondem ao conceito de ação social citado anteriormente somente as afirmativas

a) I e IV.

b) II e III.

c) II e IV.

d) I, II e III.

e) II, III e IV.

8. (UEL - 2008) Sobre a exploração do trabalho no capitalismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), é correto afirmar:

a) A lei da hora-extra explica como os proprietários dos meios de produção se apropriam das horas não pagas ao trabalhador, obtendo maior excedente no processo de produção das mercadorias.

b) A lei da mais valia consiste nas horas extras trabalhadas após o horário contratado, que não são pagas ao trabalhador pelos proprietários dos meios de produção.

c) A lei da mais-valia explica como o proprietário dos meios de produção extrai e se apropria do excedente produzido pelo trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas trabalhadas.

d) A lei da mais valia é a garantia de que o trabalhador receberá o valor real do que produziu durante a jornada de trabalho.

e) As horas extras trabalhadas após o expediente constituem-se na essência do processo de produção de excedentes e da apropriação das mercadorias pelo proprietário dos meios de produção.

9. (UEL) Max Weber, sociólogo alemão, conceituou três tipos ideais de dominação: dominação legal, dominação tradicional e dominação carismática. São tipos ideais porque são construções conceituais que o investigador utiliza para fazer aproximações entre a teoria e o mundo empírico.

Leia a seguir o trecho da Carta Testamento de Getúlio Vargas:

Sigo o destino que é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.

(VARGAS, G. Carta Testamento. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/dhbd/verbetes_htm/5458_53.asp. Acesso em: 17 nov. 2007.)

Com base nos conhecimentos sobre os tipos ideais de dominação e levando em consideração o texto citado e as características históricas e políticas do período, assinale a única alternativa que apresenta a configuração correta do tipo de dominação exercida por Getúlio Vargas.

a) Dominação carismática e tradicional.

b) Dominação tradicional que se opõe à dominação carismática.

c) Dominação tradicional e legal.

d) Dominação legal e carismática.

e) Dominação legal que reforça a dominação tradicional.

GABARITO

1. D

2.A

3. D

4. D

5. C

6. B

7. I e IV

8. C

9. A


Os teóricos da Sociologia e suas obras

CNDL - Colégio Notre Dame de Lourdes
Terceiro Ano
Coleção Pitágoras - Sociologia
Unidade 5: Os teóricos da Sociologia e suas obras




segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brasil ultrapassa Reino Unido como sexta maior economia

Reino Unido relegado para o sétimo lugar no campeonato mundial de maiores economias em 2011, de acordo com a equipe de economistas

A economia do Brasil é agora maior do que a do Reino Unido, dizem economistas, crescendo na parte de trás das exportações para a China.

Rio de Janeiro, Brasil

Foto: Felipe Dana / AP

Phillip Inman

The Guardian, Mon 26 de dezembro de 2011

O Brasil ultrapassou o Reino Unido para se tornar a economia do mundo sexto maior, de acordo com uma equipe de economistas. O crash bancário de 2008 e a subseqüente recessão relegou o Reino Unido para o sétimo lugar em 2011, atrás a maior economia da América do Sul, que tem crescido na parte de trás das exportações para a China e Extremo Oriente.

Rússia e Índia são esperados para beneficiar de um surto de crescimento nos próximos 10 anos e empurrar o Reino Unido em oitavo lugar. Como a maioria das economias, a Índia está lutando com inflação alta e crescimento em desaceleração, mas a sua força de trabalho altamente educada e habilidades em áreas de crescimento de TI e serviços de engenharia vai empurrar a economia para o quinto lugar. Após uma década de venda de petróleo e gás para a Europa e outras partes da Ásia, a Rússia se no número quatro.

A única compensação para os ministros preocupados com queda relativa da Grã-Bretanha é que a França vai cair em um ritmo mais rápido. Nicolas Sarkozy ainda pode se gabar de que a França é a quinta maior economia para trás os EUA no número um, China, Japão e Alemanha, mas em 2020, o Centro de Economia e Business Research (CEBR) prevê que cairá passado no Reino Unido em nono lugar . Alemanha também caiu para o sétimo lugar em 2020.

CEBR executivo-chefe Douglas McWilliams disse: "O Brasil tem batido os países europeus no futebol por um longo tempo, mas batê-los em economia é um fenômeno novo Nosso mundo tabela classificativa econômico mostra como o mapa econômico está mudando, com países asiáticos e commodities. economias produtoras subir a liga enquanto na Europa cair para trás. "

Europa deverá sofrer uma "década perdida" de baixo crescimento após uma farra de crédito nos últimos 20 anos. De pagar dívidas ao longo de um curto espaço de tempo irá restringir o crescimento e impedir muitos países, incluindo o Reino Unido, de agarrar saída de volta perdeu no acidente bancário por muitos anos.

A União Europeia, recentemente descrito por um funcionário chinês como "uma sociedade bem-estar desgastado", permanecerá bloco a maior do mundo de comércio coletiva, embora uma recessão no próximo ano é esperado para bater o crescimento global. As últimas previsões do CEBR crescimento mundial mostram queda de 2,5% em 2012, uma revisão em baixa da previsão feita em setembro.

No entanto, o CEBR advertiu um cenário que envolve "um ou mais países de deixar o euro, defaults soberanos e os bancos vão busto e que precisam ser resgatadas" reduziria o crescimento mundial em 2012 para 1,1%. A desaceleração do crescimento europeu está previsto para ser ainda mais acentuada, com uma queda do PIB de 0,6% e uma possível queda de 2% se o clube do euro se rompe. A previsão dos EUA é melhor, com crescimento de 1,8%. Economias emergentes, que têm visto suas ações mergulho mercados nos últimos meses, com os investidores avaliam as conseqüências da crise do euro, iria recuperar a sua dinâmica, disse que o CEBR.

China deverá crescer 7,6% ea Índia por 6%. Mas outras economias estrela recente com ligações mais estreitas com a UE ou os preços das commodities tendem a enfrentar uma desaceleração econômica com o crescimento turco desacelerar para 2,5% de 7,1% este ano, a Arábia Saudita, 4%, após 6,1% este ano, a Rússia 2,8%, após 3,8 % este ano, e o Brasil 2,5%, após 2,8% este ano.


fonte: http://m.guardian.co.uk/business/2011/dec/26/brazil-overtakes-uk-economy?cat=business&type=article

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Simulado de Sociologia

1) Leia os depoimentos a seguir:

• Sou um ser livre, penso apenas com minhas idéias, da minha cabeça, faço só o que desejo, sou único, independente, autônomo. Não sigo o que me obrigam e pronto! Acredito que com a força dos meus pensamentos poderei realizar todos os meus sonhos, e o meu esforço ajuda a sociedade a progredir.

(Jovem estudante e trabalhadora em uma loja de shopping).

O comentário acima expressa 3a. corrente da Sociologia

• Sou um ser social, o que penso veio da minha família, dos meus amigos e parentes, gostaria de fazer o que desejo, mas é difícil! Às vezes faço o que quero, mas na maioria das vezes sigo meu grupo, meus amigos, minha religião, minha família, a escola, sei lá... Sinto que dependo disso tudo e gostaria muito de ser livre, mas não sou! (Jovem estudante em uma escola pública que trabalha em empregos temporários).

O comentário acima expressa 1a. corrente da Sociologia

• Sinto que às vezes consigo fazer as coisas que desejo, como ir a raves, mesmo que minha mãe não permita ou concorde. Em outros momentos faço o que me mandam e acho que deve ser assim mesmo. É legal a gente viver segundo as regras e ao mesmo tempo poder mudá-las. Nas raves existem regras, muita gente não percebe, mas há toda uma estrutura, seguranças, taxas, etc. Então, sinto que sou livre, posso escolher coisas, mas com alguns limites. (Jovem estudante e Office boy).

O comentário acima expressa 2a. corrente da Sociologia

Some a(s) alternativa(s) que expressam as explicações sociológicas sobre a relação entre indivíduo e sociedade presentes nas falas.

01 – Individualismo, fundado no liberalismo de vários autores dos séculos XVIII a XX;

02 - funcionalismo, fundado no conceito de consciência coletiva de E. Durkheim;

04 - sociologia compreensiva, fundada no conceito de ação social e suas tipologias de M. Weber.

08 - Sociologia compreensiva, fundada em K. Marx;

16 - funcionalismo, fundado no conceito dos três estados de Augusto Comte.

Estão corretos os itens 1,2,4.

Errados:

08 está incorreto pois a Sociologia compreensiva é fundada por Max Weber e não Karl Marx

16 o funcionalismo é de Durkheim

2) De acordo com Florestan Fernandes:

A concepção fundamental de ciência, de Emile Durkheim (1858-1917), é realista, no sentido de defender o princípio segundo o qual nenhuma ciência é possível sem definição de um objeto próprio e independente.

(FERNANDES, F. Fundamentos empíricos da explicação sociológica. Rio de Janeiro: Cia Editora Nacional, 1967. p. 73).

Some a(s) alternativa(s) que descreve o objeto próprio da Sociologia, segundo Emile Durkheim (1858-1917).

01 - O conflito de classe, base da divisão social e transformação do modo de produção.

02 - O fato social, exterior e coercitivo em relação à vontade dos indivíduos.

04 - A ação social que define as inter-relações compartilhadas de sentido entre os indivíduos.

08 - A sociedade, produto da vontade e da ação de indivíduos que agem independentes uns dos outros.

16 - A cultura, resultado das relações de produção e da divisão social do trabalho.

Apenas 02 está correto, Durkheim era positivista-funcionalista "o fato social, exterior e coercitivo" não obedece a vontade dos indivíduos.

01,04,08 e 16 são visões Marxistas (2a. corrente)

3) De acordo com Max Weber, a Sociologia significa: “uma ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la casualmente em seu curso e em seus efeitos.”

Por ação social entende-se as ações que: “quanto ao seu sentido visado pelo agente, se refere ao comportamento dos outros, orientando-se por este em seu curso.”

(WEBER, M. Economia e sociedade. traduzido por Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. vol. I. Brasília: Editora UnB, 2000. p. 3)

Com base no texto, some as alternativas corretas:

01 - “Mesmo entre gente humilde, porém, funcionava o sistema de obrigações recíprocas. O nonagentário Nhô Samuel lembrava com saudade o dia em que o pai, sitiante perto de Tatuí, lhe disse que era tempo de irem buscar a novilha dada pelo padrinho... Diz que era costume, se o pai morria, o padrinho ajudar a comadre até ‘arranjar a vida’. Hoje, diz Nhô Roque, a gente paga o batismo e, quando o afilhado cresce, nem vem dar louvado (pedir a benção).”

(CANDIDO, A. Os Parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1982. p. 247.)

02 - “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.”

(CUNHA, E. Os Sertões. São Paulo : Círculo do Livro, 1989. p. 95.)

04 - “Não há assim por que considerar que as formas anacrônicas e remanescentes do escravismo, ainda presentes nas relações de trabalho rural brasileiro, [...], dando com isso origem a relações semifeudais que implicariam uma situação de ‘latifúndios de tipo senhorial a explorarem camponeses ainda envolvidos em restrições da servidão da gleba’. Isso tudo não tem sentido na estrutura social brasileira.” (PRADO Jr., C. A Revolução Brasileira. São Paulo : Brasiliense, 1987. p. 106.)

08 - “O coronel, antes de ser um líder político, é um líder econômico, não necessariamente, como se diz sempre, o fazendeiro que manda nos seus agregados, empregados ou dependentes. O vínculo não obedece a linhas tão simples, que se traduziriam no mero prolongamento do poder privado na ordem pública [...] Ocorre que o coronel não manda porque tem riqueza, mas manda porque se lhe reconhece esse poder, num pacto não escrito.”

(FAORO, R. Os donos do poder. v. 2. Porto Alegre: Editora Globo, 1973. p. 622.)

Max Weber é 2a. corrente o que pode ser observado em 01 "a gente paga o batismo e, quando o afilhado cresce, nem vem dar louvado" e 08 "O coronel, antes de ser..."

Em 02 acreditasse que "O sertanejo" pode mudar, o que seria 3a. corrente.

04 é 2a. corrente, muda de escravidão para servidão sem envolvimento crítico dos explorados.

4) Segundo Braverman:

O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão manufatureira do trabalho [...] A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum idêntica ao fenômeno da distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção [...].

(BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.)

O que difere a divisão do trabalho na indústria capitalista das formas de distribuição anteriores do trabalho? Some a(s) alternativa(s) correta(s):

01 - A formação de associações de ofício que criaram o trabalho assalariado e a padronização de processos industriais.

02 - A realização de atividades produtivas sob a forma de unidades de famílias e mestres, o que aumenta a produtividade do trabalho e a independência individual de cada trabalhador.

04 - O exercício de atividades produtivas por meio da divisão do trabalho por idade e gênero, o que leva à exclusão das mulheres do mercado de trabalho.

08 - O controle do ritmo e da distribuição da produção pelo trabalhador, o que resulta em mais riqueza para essa parcela da sociedade.

16 - A subdivisão do trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas, o que conduz ao aumento da produtividade e à alienação do trabalhador.

A questão acima é apenas uma visão crítica marxista sobre a divisão do trabalho após a Revolução Industrial, tornando-a alienante. O que pode ser constatado no item 16.

Os outros itens não se referem á característica acima.

5) Leia o texto a seguir:

[...] Em toda parte renasce e se revigora o mau-olhado, a política do julgamento adverso à primeira vista, por meio da qual os países ricos se defendem contra aqueles que procedem de países que entraram no índex político da seleção natural: virtude humana é o dinheiro, uma virtude detergente que branqueia quem vem do mundo subdesenvolvido. Na verdade, o migrante entra no país de destino pela porta de saída, modo de permitir-lhe permanecer como se estivesse todo o tempo da permanência a caminho da saída, algo que concretamente ocorre com os muitos que na Alemanha ou nos Estados Unidos aguardam na prisão a deportação. [...] Estamos em face de uma multiplicação de recursos ideológicos para barrar a entrada de migrantes nos países de destino. Até 11 de setembro [de 2001] funcionava o estereótipo de traficante (uma cara de índio latino-americano era perfeita para barrar passageiros no desembarque) e o estereótipo de desempregado (a condição de jovem tem sido perfeita para discriminar) ou o estereótipo de prostituta (jovem e mulher vinda do Terceiro Mundo), e terrorista (cara de árabe ou barbudo ou mesmo bigode à moda do Oriente-médio). Agora, estamos vivendo o momento mais interessante de reelaboração dos estereótipos, com o predomínio do temor ao terrorista sobre os estereótipos usados até aqui. Registros e denúncias dos últimos meses indicam que o novo estereótipo abrange também pessoas com aparência de ricas [...]. [...] De fato, os aeroportos internacionais dos países ricos tornaram-se o teatro do medo e da intimidação. [...] O critério da discriminação visual do migrante nem mesmo pode detectar sua principal motivação para migrar que é hoje o trabalho. [...] Os agentes do mau olhado portuário e aeroportuário não podem ver esse conteúdo substancialmente específico da migração por um motivo simples: os migrantes são pessoas que em boa parte já foram socializadas no mesmo registro sociológico daqueles que devem e esperam barrá-los. São expressões da sociedade moderna que se difundem através da globalização. As medidas de segurança nacional voltadas para a interdição do acesso de migrantes aos países ricos são o corolário da globalização em seus efeitos não só econômicos, mas também culturais e sociais. (MARTINS, J. de S. Segurança nacional e insegurança trabalhista: os migrantes na encruzilhada. In: Caderno de Direito - FESO, Teresópolis, ano V, n. 7, 2 semestre 2004, p. 113-127.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que depois do 11 de setembro de 2001

a) a globalização continuou ampliando as fronteiras entre os povos ricos e pobres, diversificando os processos de migrações.

b) os processos de migrações puderam ser harmonizados em função da desburocratização nos aeroportos dos países ricos.

c) os mecanismos de segurança, nas fronteiras dos países ricos, foram amenizados como tática para detectar os terroristas e impedir suas ações.

d) a entrada de pessoas ricas nos países ricos, oriundas dos países pobres, tem sido facilitada como estratégia de atração de divisas de capital.

e) os estereótipos e as formas de discriminação foram ampliados no processo de migração de pessoas dos países pobres para os países ricos.

O item que caracteriza sociologicamente o tratamento sobre os migrantes, após 11 de setembro de 2001, é a letra "e".

6) Leia o texto a seguir:

Os partidos socialistas, com o apoio das classes trabalhadoras em expansão de seus países, e inspirados pela crença na inevitabilidade histórica de sua vitória, representavam essa alternativa na maioria dos Estados da Europa. Aparentemente, só era preciso um sinal para os povos se levantarem, substituírem o capitalismo pelo socialismo, e com isso transformarem os sofrimentos sem sentido da guerra mundial em alguma coisa mais positiva: as sangrentas dores e convulsões do parto de um novo mundo. A Revolução Russa, ou mais precisamente, a Revolução Bolchevique de outubro de 1917, pretendeu dar ao mundo esse sinal. Tornou-se portanto tão fundamental para história [do século XX] quanto a Revolução Francesa de 1789 para o século XIX.

(HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 62.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que a Revolução Russa de 1917 é fundamental para a história do século XX porque

a) alterou radicalmente a organização da sociedade, da economia e do Estado, através da mobilização de milhares de pessoas, camponeses e operários, que ocuparam o governo e iniciaram novas experiências de organização e participação política, tornando-se referência para outros países que realizaram suas revoluções.

b) produziu uma inversão no sentido das mudanças sociais, imprimindo um ritmo mais lento ao processo de organização dos operários, camponeses e oprimidos, que ocuparam os espaços culturais, regionais e civis, tornando-se modelo para as contra-revoluções pacíficas e comunistas.

c) mudou a mentalidade do operariado, que passou a lutar mais pelas mudanças de direitos individuais e menos pelos direitos universais e corporativos, levando os movimentos radicais a disputarem os cargos dos governos em uma clara concordância com o “jogo democrático burguês”.

d) ajudou a criar estruturas de personalidades tolerantes com o curso do capitalismo que levaria todos à igualdade social na proporção em que as agitações comunistas influenciassem os operários e camponeses.

e) proporcionou a crença no direito positivo, na propriedade privada e nos processos de convulsão social do mercado estratificado que, à semelhança da Revolução Francesa, estimularia a mobilidade e ascensão social das burguesias pactuadas com os operários e camponeses.

A alternativa "a" é a única que expressa as transformações sociológicas influenciadas pela Revolução Socialista.

7) As relações amorosas, após os anos de 1960/1980, tenderam a facilitar os contatos feitos e desfeitos imediatamente, gerando uma gama de possibilidades de parceiros e experimentos de prazer. Essa forma de contato amoroso tem sido denominada pelos jovens como “ficar”. Assim, em uma festa pode-se “ficar” com vários parceiros ou durante um tempo “ir ficando” em diferentes situações, sem que isso se configure em compromisso, namoro ou outra modalidade institucional de relação. Os processos sociais que provocaram as mudanças nas relações amorosas, bem como suas conseqüências para o indivíduo e para a sociedade, têm sido problematizados por vários cientistas sociais.

Assinale a alternativa em que o texto explica os sentidos das relações amorosas descritas acima.

a) “Hoje as artes de expressão não são as únicas que se propõem às mulheres; muitas delas tentam atividades criadoras. A situação da mulher predispõe-na a procurar uma salvação na literatura e na arte. Vivendo à margem do mundo masculino, não o apreende em sua figura universal e sim através de uma visão singular; ele é para ela, não um conjunto de utensílios e conceitos e sim uma fonte de sensações e emoções; ela interessa-se pelas qualidades das coisas no que têm de gratuito e secreto [...]”.

(BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 5 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1980. p. 473.)

b) “Hoje, no entanto, existe uma renovação, o que significa dizer que os cientistas, quando chegam através do seu conhecimento a esses problemas fundamentais, tentam por si próprios compreendê-los e fazem um apelo à sua própria reflexão. Nos próximos anos, por exemplo, após as experiências do Aspecto, a discussão sobre o espaço e sobre o tempo – problemas filosóficos – vai ser retomada”.

(MORIN, E. A inteligência da complexidade. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2000. p. 37.)

c) “Nova era demográfica de declínio populacional não catastrófico pode estar alvorecendo. Fome, epidemias, enchentes, vulcões e guerras cobraram seu preço no passado, mas que grandes populações não se reproduzam por escolha individual é uma mudança histórica notável. Na Europa Ocidental, esse padrão está se estabelecendo em tempos de paz, sob condições de grande prosperidade, embora, sejam ainda visíveis oscilações conjunturais, significativas na depressão escandinava do início dos anos de 1990.” (THERBORN, G. Sexo e poder. São Paulo: Contexto, 2006. p. 446).

d) “É assim numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto para o uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a ’experiência amorosa’ à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço.

(BAUMAN, Z. Amor líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p.21-22).

e) “Viver na grande metrópole significa enfrentar a violência que ela produz, expande e exalta, no mesmo pacote em que gera e acalenta as criações mais sublimes da cultura.[...] Nesse sentido, talvez a primeira violência de que somos vítima, já no início do dia, é o jornalismo, sempre muito sequioso de retratar e reportar, nos mínimos detalhes, o que de mais contundente e chocante a humanidade produziu no dia anterior [...]”.

(NAFFAH NETO, A. Violência e ressentimento. In: CARDOSO, I. et al (Orgs). Utopia e mal-estar na cultura. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 99.)

A maioria dos sociólogos interpretam o "ficar" como fruto da sociedade capitalista consumista, o que foi visto no filme "The Wall", na imagem das flores. Por isso a resposta é letra "d".

8) Leia o texto a seguir:

Como argumentaram com muita propriedade diversos críticos da tradição sociológica [...] As nações e os estados nacionais não interagem simplesmente entre si; sob as condições modernas, eles formam – ou tendem a formar – um mundo, isto é, um contexto global com os seus próprios processos e mecanismos de integração. A forma nacional de integração, dessa forma, desenvolve-se e funciona em conexão íntima e num conflito mais ou menos acentuado com a forma global. [...] Para apreender a sua relevância em relação à análise do nacionalismo, é necessário ter em mente que a globalização de modo algum é sinônimo de homogeneização [...]. Pelo contrário, ela deve ser entendida como uma nova estrutura de diferenciação. (ARNASON, J. P. Nacionalismo, globalização e modernidade, In: FEATHERSTONE, M. (Org.) Cultura global: nacionalização, globalização e modernidade. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 238.)

De acordo com o texto, é correto afirmar:

a) Os Estados Nacionais possuem total autonomia quanto à globalização, por isso não sofrem reflexos deste processo, garantindo a homogeneidade, a simetria e unidade contra as distinções.

b) A globalização é um processo que atinge e subverte todos os Estados Nacionais, que tendem ao desaparecimento com construção política moderna de regulação das relações sociais locais.

c) Apesar da resistência dos Estados Nacionais, a globalização resulta em homogeneização severa em todos os países que atinge.

d) Em virtude da presença dos Estados Nacionais, a tendência de homogeneização própria à globalização deve ser relativizada, pois muitas vezes, ao invés de uma homogeneização, ela acaba por promover novas formas de diferenciação.

e) Inexiste relação direta entre globalização e Estados Nacionais, pois, estes últimos se preservam por meio de mecanismos de defesa autóctones e totalitários.

A letra "d" é a mais fiel em relação ao texto dado. Em relação ao conflito entre globalização com homogeneização e diferenciação, tal fato pode ser observado em nossos estudos sobre o Oriente Médio. Quanto mais o EUA tenta implantar "democracias liberais" na região, o que seria a característica "normal" dos Estados Nacionais globalizados, mais se radicalizam os focos de reação "fundamentalista islâmica". O que podemos ver com a criação de Israel, com a Revolução Islâmica do Irã, com Saddam no Iraque e com Bin Laden no Afeganistão.

9) Leia o texto a seguir.

[...] Como observam os pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados da Cultura da Universidade de Virgínia, os executivos globais que entrevistaram “vivem e trabalham num mundo feito de viagens entre os principais centros metropolitanos globais – Tóquio, Nova York, Londres e Los Angeles. Passam não menos do que um terço de seu tempo no exterior. Quando no exterior, a maioria dos entrevistados tende a interagir e socializar com outros globalizados... Onde quer que vão, hotéis, restaurantes, academias de ginástica, escritórios e aeroportos são virtualmente idênticos. Num certo sentido habitam uma bolha sociocultural isolada das diferenças mais ásperas entre diferentes culturas nacionais... São certamente cosmopolitas, mas de maneira limitada e isolada.” [...] A mesmice é a característica mais notável, e a identidade cosmopolita é feita precisamente da uniformidade mundial dos passatempos e da semelhança global dos alojamentos cosmopolitas, e isso constrói e sustenta sua secessão coletiva em relação à diversidade dos nativos. Dentro de muitas ilhas do arquipélago cosmopolita, o público é homogêneo, as regras de admissão são estrita e meticulosamente (ainda que de modo informal) impostas, os padrões de conduta precisos e exigentes, demandando conformidade incondicional. Como todas as “comunidades cercadas”, a probabilidade de encontrar um estrangeiro genuíno e de enfrentar um genuíno desafio cultural é reduzida ao mínimo inevitável; os estranhos que não podem ser fisicamente removidos por causa do teor indispensável dos serviços que prestam ao isolamento e

autocontenção ilusória das ilhas cosmopolitas são culturalmente eliminados – jogados para o fundo “invisível” e “tido como certo”. (BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p. 53-55.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que a globalização estimulou

a) a disseminação do cosmopolitismo, que rompe as fronteiras étnicas, quando todos são viajantes.

b) um novo tipo de cosmopolitismo, que reforça o etnocentrismo de classe e de origem étnica.

c) a interação entre as culturas nativas, as classes e as etnias, alargando o cosmopolitismo dos viajantes de negócio.

d) o desenvolvimento da alteridade através de uma cultura cosmopolita dos viajantes de negócios.

e) a emergência de um novo tipo de viajantes de negócios, envolvidos com as comunidades e culturas nativas dos países, onde se hospedam.

A letra "b" é a que realmente está de acordo com o texto.

10 - "Hoje, o cristianismo, o islamismo e o judaísmo são religiões globalizadas, cujos seguidores se mostram capazes de conviver de forma pacífica e proveitosa em vários pontos do planeta. Exatamente como em períodos e regiões do passado. Entre o século VIII e o XV, por exemplo, os mouros criaram na Península Ibérica um exemplo não livre de tensão, mas ainda assim florescente, daquilo que o contato entre as civilizações pode produzir: o reino de al-Andalus, que legou para o presente bem mais do que as maravilhas arquitetônicas de Granada, Sevilha e Córdoba, o sabor do gaspacho ou a música e a dança flamencas. Foi por meio da convivência entre muçulmanos, cristãos e judeus em al-Andalus, também, que fincaram pé no continente tradições das quais ninguém sonharia abrir mão, como a diplomacia, a tolerância religiosa, o livre-comércio e a pesquisa acadêmica e científica. Se o mundo medieval foi capaz de 800 anos de relativa harmonia, não há desculpa para que o mundo moderno não se empenhe em restabelecê-la." (Extraído do site http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/choque_civilizacoes/contexto02.html em 17março2008)

No questionamento abordado pelo texto acima percebe-se uma proposta caracterizada por uma das 3 principais correntes da Sociologia. Identifique-a nas alternativas abaixo:

a) Corrente Positivista

b) Corrente Funcionalista

c) Corrente Compreensiva

d) Corrente Histórica

e) Corrente Crítica

A letra "e" é a correta, 3a. corrente (Crítica ou Dialética). Tal visão é importante para que continuemos a construir uma sociedade melhor, não excludente, já que existe a possibilidade de convivermos em interação e não em conflito cultural, religioso ou econômico. Estudando as origens das 3 grandes religiões monoteístas, descobrimos mais elementos comuns e de identidade do que de discórdia. Percebemos até a intervenção divina em muitos fatos que acabaram sendo interpretados de forma mesquinha, com a intenção de reforçar o individualismo das pessoas e não de satisfazer a vontade de Deus. Tomara que Ele não desista da gente, porque duvido que ainda não tenhamos desistido Dele e de Sua intenção de uma Humanidade com um Único Deus, onde todos possamos conviver como irmãos.