segunda-feira, 14 de maio de 2012

Novos Tempos na Sala de Aula


EDUCAÇÃO
 
Novos Tempos na Sala de Aula

Francisco Alves Sobrinho

Blog: institutoguimaraesrosa.com.br/franciscoalves

         Existe um antigo provérbio chinês: Se eu escuto, esqueço. Se eu vejo, entendo. Se eu faço, aprendo. A aprendizagem se completa com o “ESCUTAR”, o “VER” e o “FAZER”. Todas as três etapas são muito importantes, observada a seqüência do provérbio. Segundo a abordagem do Professor Pierluigi Piazzi em seu livro: Aprendendo Inteligência, “o bom professor não dá aula para fazer o aluno aprender: Ele dá aula para fazer o aluno entender a matéria e, principalmente, para fazê-lo gostar do que está sendo apresentado. Na realidade o único professor capaz de fazer um aluno aprender, é o próprio aluno! Ninguém aprende coisa alguma se não for autodidata, ou seja, professor de si mesmo”.  Dessa forma, o aluno vai à escola para entender e não para aprender. A aprendizagem nasce da atividade solitária. Será que os educadores, a sociedade, os alunos e seus pais sabem que é assim? Se souberem, a educação brasileira pode melhorar consideravelmente.
       Como contribuição baseada na experiência e constante observação, pode-se, seguramente,  salientar que a qualidade das aulas tem origem na capacitação do professor. A ele é sugerido desenvolver cinco estratégias principais, para atender o atual progresso da mente humana e as necessidades educacionais do Brasil.
       PRIMEIRA ESTRATÉGIA - Professor Expositor. Especialista em aulas expositivas. Os alunos sentam-se nas filas de carteiras, um olhando na nuca do outro, sem aprendizagem efetiva, uma das causas principais que gera indisciplina.  É uma estratégia, embora ineficiente sozinha, que não pode ser descartada porque sua prática bem dosada auxilia a aprendizagem.
       SEGUNDA ESTRATÉGIA - Professor Facilitador. Passa para o aluno o assunto e toda bibliografia necessária e o orienta na realização da tarefa. A estratégia melhora o resultado da aprendizagem após a aplicação da primeira estratégia.
       TERCEIRA ESTRATÉGIA - Professor Mediador. Apresenta em sala de aula um assunto para ser discutido pelos alunos, sem apresentar as suas conclusões.  ACEITA O PENSAMENTO DIALÉTICO, que nada mais é do que o debate improdutivo. É um tipo de pensamento tão destrutivo, ineficiente e perigoso, moldado pelo sistema da contradição, em que duas forças opostas lutam entre si, longe de ser o diálogo eficaz e produtivo. Mesmo assim a estratégia deve ser utilizada para mostrar que as pessoas podem ter idéias diferentes e que a aprendizagem é conseguida também com as diferenças.
       QUARTA ESTRATÉGIA -   Professor Relator. Apresenta em sala de aula um tema  para ser discutido pelos alunos e relata a essência das discussões, dentro do conceito defendido pelas escolas modernas. ACEITA O PENSAMENTO EXLÉTICO, SUBSTITUINDO O PENSAMENTO DIALÉTICO. Isso implica tirar de uma situação, o que ela tem de bom, não importando de que lado se encontra. Está em conformidade com a máxima de São Paulo: "Olhai tudo e separai o que há de bom". O conhecimento é, de fato, construído com a cooperação dos colegas. O serviço  educacional é prestado e entregue no mesmo ato, como realmente deve ser. A estratégia é essencial para a Sociedade do Conhecimento, significando que as suas bases estejam livres e sirvam para que outros estudiosos possam fazer novas descobertas para o progresso da humanidade, sem que para isto sejam obrigados a pagar por direitos autorais. Já pensaram se alguém tivesse patenteado as notas musicais ou o alfabeto?
       QUINTA ESTRATÉGIA - Professor Tecnológico. Usa o laboratório de informática de maneira racional e produtiva. Não se atém apenas a programas enlatados. Prepara uma aula digital participativa e os alunos aprimoram a escrita por meio do corretor de texto. A leitura é incentivada pela preferência do computador em relação aos livros. Sites educativos são selecionados para pesquisa e busca de novos conhecimentos. A Internet torna-se uma ferramenta primorosa na educação. O aluno poderá construir seu conhecimento e aplicar o que entendeu e no “FAZER”, que estará presente na escola, o processo de aprendizagem ficará completo. É bom lembrar-se de que o que aprendeu é para sempre.
       Ainda o professor deve valer-se da inteligência emocional, porta de entrada para a aprendizagem, como artes, dramatizações, música, além da interdisciplinaridade e da contextualização. Não é mais possível separar na cabeça do aluno diversos caixotes e lançar neles matérias separadas, sem nenhuma ligação entre elas. A interdisciplinaridade aproxima as disciplinas. Um conhecimento mantém um diálogo com outros conhecimentos e a contextualização relaciona o conteúdo com a realidade, aplicada no dia-a-dia do estudante.  
       As estratégias e conhecimentos deste trabalho comprovam que o velho provérbio chinês está mais novo do nunca e dele poderão nascer novos paradigmas para a sala de aula e para uma nova escola.
               

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