EDUCAÇÃO
Novos Tempos na Sala de Aula
Francisco Alves Sobrinho
Blog: institutoguimaraesrosa.com.br/franciscoalves
Existe um
antigo provérbio chinês: Se eu escuto,
esqueço. Se eu vejo, entendo. Se eu faço, aprendo. A aprendizagem se
completa com o “ESCUTAR”, o “VER” e o “FAZER”. Todas as três etapas são muito importantes, observada a
seqüência do provérbio. Segundo a abordagem do Professor Pierluigi Piazzi em
seu livro: Aprendendo Inteligência, “o bom professor não dá aula para fazer o
aluno aprender: Ele dá aula para fazer o aluno entender a matéria e,
principalmente, para fazê-lo gostar do que está sendo apresentado. Na realidade
o único professor capaz de fazer um aluno aprender, é o próprio aluno! Ninguém
aprende coisa alguma se não for autodidata, ou seja, professor de si mesmo”. Dessa
forma, o aluno vai à escola para entender e não para aprender. A aprendizagem
nasce da atividade solitária. Será que
os educadores, a sociedade, os alunos e seus pais sabem que é assim? Se
souberem, a educação brasileira pode melhorar consideravelmente.
Como contribuição baseada na experiência e constante
observação, pode-se, seguramente, salientar que a qualidade das
aulas tem origem na capacitação do professor. A ele é sugerido desenvolver
cinco estratégias principais, para atender o atual progresso da mente humana e
as necessidades educacionais do Brasil.
PRIMEIRA ESTRATÉGIA - Professor Expositor. Especialista em
aulas expositivas. Os alunos sentam-se nas filas de carteiras, um olhando na
nuca do outro, sem aprendizagem efetiva, uma das causas principais que gera
indisciplina. É uma estratégia, embora
ineficiente sozinha, que não pode ser descartada porque sua prática bem dosada
auxilia a aprendizagem.
SEGUNDA ESTRATÉGIA - Professor Facilitador. Passa para o
aluno o assunto e toda bibliografia necessária e o orienta na realização da
tarefa. A estratégia melhora o resultado da aprendizagem após a aplicação da
primeira estratégia.
TERCEIRA ESTRATÉGIA - Professor Mediador. Apresenta em sala
de aula um assunto para ser discutido pelos alunos, sem apresentar as suas
conclusões. ACEITA O PENSAMENTO DIALÉTICO, que nada mais é do que o
debate improdutivo. É um tipo de pensamento tão destrutivo, ineficiente e
perigoso, moldado pelo sistema da contradição, em que duas forças opostas lutam
entre si, longe de ser o diálogo eficaz e produtivo. Mesmo assim a estratégia
deve ser utilizada para mostrar que as pessoas podem ter idéias diferentes e
que a aprendizagem é conseguida também com as diferenças.
QUARTA
ESTRATÉGIA - Professor Relator. Apresenta em sala de aula um
tema para ser discutido pelos alunos e relata a essência
das discussões, dentro do conceito defendido pelas escolas modernas. ACEITA
O PENSAMENTO EXLÉTICO, SUBSTITUINDO O PENSAMENTO DIALÉTICO. Isso implica
tirar de uma situação, o que ela tem de bom, não importando de que lado se
encontra. Está em conformidade com a máxima de São Paulo: "Olhai
tudo e separai o que há de bom". O conhecimento é, de fato, construído com
a cooperação dos colegas. O serviço educacional é prestado e
entregue no mesmo ato, como realmente deve ser. A estratégia é essencial para a
Sociedade do Conhecimento, significando que as suas bases estejam livres e
sirvam para que outros estudiosos possam fazer novas descobertas para o
progresso da humanidade, sem que para isto sejam obrigados a pagar por direitos
autorais. Já pensaram se alguém tivesse patenteado as notas musicais ou o
alfabeto?
QUINTA
ESTRATÉGIA - Professor Tecnológico. Usa o laboratório de informática de maneira
racional e produtiva. Não se atém apenas a programas enlatados. Prepara uma
aula digital participativa e os alunos aprimoram a escrita por meio do corretor
de texto. A leitura é incentivada pela preferência do computador em relação aos
livros. Sites educativos são
selecionados para pesquisa e busca de novos conhecimentos. A Internet torna-se
uma ferramenta primorosa na educação. O aluno poderá construir seu conhecimento
e aplicar o que entendeu e no “FAZER”, que estará presente na escola, o
processo de aprendizagem ficará completo. É bom lembrar-se de que o que
aprendeu é para sempre.
Ainda o
professor deve valer-se da inteligência emocional, porta de entrada para a
aprendizagem, como artes, dramatizações, música, além da interdisciplinaridade
e da contextualização. Não é mais possível separar na cabeça do aluno diversos
caixotes e lançar neles matérias separadas, sem nenhuma ligação entre elas. A
interdisciplinaridade aproxima as disciplinas. Um conhecimento mantém um diálogo
com outros conhecimentos e a contextualização relaciona o conteúdo com a
realidade, aplicada no dia-a-dia do estudante.
As estratégias
e conhecimentos deste trabalho comprovam que o velho provérbio chinês está mais
novo do nunca e dele poderão nascer novos paradigmas para a sala de aula e para
uma nova escola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário