sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pio Penna Filho comenta as Ccrises humanitárias pelo mundo na atualidade



Crises Humanitárias


Pio Penna

 

Vários países, em várias regiões do mundo, vivem verdadeiras crises humanitárias que desafiam a consciência da comunidade internacional em termos humanitários. A situação é tão grave que é assustador verificar como essas crises quase não repercutem na mídia internacional e pouco tocam as sociedades que, por sorte ou outros motivos, tem a felicidade de não enfrentarem tais situações.

A Síria é hoje um dos mais preocupantes casos de crise humanitária do mundo. O país, como todos sabem, passa por uma prolongada guerra civil que já matou mais de 60 mil pessoas e levou mais de 2 milhões de sírios a buscarem refúgio no exterior, em sua grande maioria vivendo em condições precaríssimas em países vizinhos, como a Turquia.

A África é o continente que mais atenção chama quando pensamos em crises humanitárias. Vários países e regiões do continente passam simultaneamente por crises geralmente derivadas de guerras civis. Em alguns casos, como o da República Democrática do Congo, a situação é crônica, ou seja, a crise é prolongada e a sensação é de que não há esperança em termos de curto ou médio prazos.

Ainda no continente africano podemos destacar a caótica situação vivida na Somália, também em decorrência de uma prolongada guerra civil. Nesse país, o Estado praticamente desapareceu e, dentre as suas consequências, há insegurança humana e alimentar em graus elevadíssimos, o que frequentemente leva a crises humanitárias de difícil encaminhamento.

Outro exemplo que se tornou bem conhecido no Brasil diz respeito ao Haiti. Esse país, que conta com uma história singular entre os demais da América Latina e Caribe, experimenta décadas de crises humanitárias catastróficas, seja como consequência da ação humana, seja por capricho da natureza. Apesar do envolvimento da comunidade internacional e da presença de organizações internacionais, inclusive com tropas brasileiras, poucos observadores conseguem enxergar um horizonte positivo no curto e no médio prazo.

Na América do Sul talvez o exemplo mais apropriado quando pensamos em crise humanitária seja o da Colômbia, embora nesse caso aparentemente o pior momento já tenha passado. De toda forma, o fluxo de refugiados do país ainda não foi contido e todo ano centenas de colombianos desembarcam no Brasil em busca de um recomeço.

Citei neste artigo apenas alguns casos de crises humanitárias. Infelizmente, existem muitas outras crises ocorrendo simultaneamente ao redor do planeta. Somos hoje um pouco mais de 7 bilhões de terráqueos e, desses, algo em torno de 1 bilhão passa fome ou não tem acesso a alimentação adequada. As guerras consomem milhares de vidas anualmente e levam sofrimento a outras tantas. Milhares e milhares de pessoas são obrigadas anualmente a deixar os seus locais de origem em busca de abrigo e proteção. Enfim, infelizmente as crises humanitárias parecem ser uma constante na vida no planeta terra.

O Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR) faz o possível e, em alguns casos, o impossível para prestar apoio aos refugiados e deslocados espalhados pelo mundo, mas os seus recursos são limitados. A humanidade, infelizmente, caminha assim, sem muita esperança de uma vida mais digna, igualitária e que atenda às necessidades das pessoas. 




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