"Querellas
do Brasil", também conhecida como "Querelas do Brasil", é uma
canção composta por Maurício Tapajós e Aldir Blanc e primeiramente interpretada
por Elis Regina no álbum Transversal do Tempo, gravado ao vivo no Teatro
Ginástico, no Rio de Janeiro em abril de 1978.
A canção, cujo
título faz uma clara referência à canção "Aquarela do Brasil", a mais
conhecida de Ary Barroso, denuncia que a elite econômica brasileira estaria
suprimindo a cultura popular do país com sua cultura amplamente americanizada, o
que pode ser percebido na letra por versos como "o Brazil não conhece o
Brasil" e "o Brazil tá matando o Brasil". Logo após constatado
este fato, com o intuito de valorizar a cultura nacional, inúmeras palavras de
origem claramente brasileira são pronunciadas.
A palavra "querella"
vem do latim e, de acordo com o Dicionário Aurélio, pode significar tanto "lamento"
quanto "queixa". A canção, portanto, pode ser tanto um lamento quanto
uma queixa da situação que descreve. Por pedir um "S.O.S. ao Brasil" em
seu final, entretanto, está mais para um lamento, comprovando a tese de que a
substituição do Brasil pelo "Brazil" será inevitável.
Querelas do Brasil
Elis Regina
O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil
Tapir, jabuti, liana, alamandra, alialaúde
Piau, ururau, aqui, ataúde
Piá, carioca, porecramecrã
Jobim akarore Jobim-açu
Oh, oh, oh
Pererê, câmara, tororó, olererê
Piriri, ratatá, karatê, olará
O Brazil não merece o Brasil
O Brazil ta matando o Brasil
Jereba, saci, caandrades
Cunhãs, ariranha, aranha
Sertões, Guimarães, bachianas, águas
E Marionaíma, ariraribóia,
Na aura das mãos do Jobim-açu
Oh, oh, oh
Jererê, sarará, cururu, olerê
Blablablá, bafafá, sururu, olará
Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil
Tinhorão, urutu, sucuri
O Jobim, sabiá, bem-te-vi
Cabuçu, Cordovil, Caxambi, olerê
Madureira, Olaria e Bangu, Olará
Cascadura, Água Santa, Acari, Olerê
Ipanema e Nova Iguaçu, Olará
Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil
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