Fim dos cortiços, no final do século XIX, ajudou no processo, diz professor.
O Rio de Janeiro e as favelas têm uma história em comum de mais de cem anos, conta o professor de geografia do curso PH, no Rio, Cláudio Falcão. “A nossa cultura está ligada às favelas, a maioria das nossas expressões culturais tem como origem a favela”, resume.
A existência delas está, em grande parte, relacionada à própria característica física da cidade. “O Rio cresceu cercado por morros”, explica o professor.
Ele lembra que no século XIX, a área urbana do Rio estava localizada entre quatro morros. Nesse mesmo século, a população dobrou de tamanho com a chegada dos imigrantes de origem europeia e de ex-escravos que saíram de fazendas do Vale do Paraíba. “Eles chegavam ao Rio de Janeiro e não havia espaço. A solução: os cortiços, que se proliferaram”, explica. “Ao mesmo tempo, se proliferaram as doenças. Claro, era uma cidade que não tinha esgoto, nem saneamento, as condições de higiene eram precárias”, conta.
Ao mesmo tempo que surgiram os cortiços, as favelas começaram a aparecer. Também colaboraram para o aumento da população da cidade a Revolta da Armada e o retorno de soldados da Guerra de Canudos. “O centro da cidade foi bombardeado durante a Revolta da Armada, algumas pessoas ocuparam morros”, conta. “E os soldados que retornaram de Canudos foram autorizados pelo governo a ocupar o morro da Providência, que originalmente é considerada a primeira favela do Rio”.
Daí em diante, com o processo de destruição dos cortiços, no final do século XIX, a população que residia nesses locais passou a ocupar as favelas. “Muito curioso. A tentativa do Estado de tentar resolver o problema da população pobre que ocupava áreas valorizadas acabou favorecendo o processo de favelização”, diz o professor.
Daí em diante, com o processo de destruição dos cortiços, no final do século XIX, a população que residia nesses locais passou a ocupar as favelas. “Muito curioso. A tentativa do Estado de tentar resolver o problema da população pobre que ocupava áreas valorizadas acabou favorecendo o processo de favelização”, diz o professor.
fonte: g1.globo.com
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