sábado, 2 de março de 2013

Saiba mais sobre a Guerra Cibernética



Guerra Cibernética

                                                              Pio Penna Filho
 
Uma ameaça um tanto silenciosa paira sobre o mundo. Trata-se da chamada “guerra cibernética”, uma consequência direta da integração mundial de redes de computadores que estão conectados vinte e quatro horas por dia, possibilitando um amplo leque de opções para atividades inescrupulosas, tanto no campo empresarial como para ataques contra alvos estatais.

Embora a “guerra cibernética” esteja ainda longe de ser uma realidade disseminada, ela existe e temos exemplos concretos de ataques relativamente bem sucedidos que, apesar de limitados, causaram prejuízo àqueles que foram alvo dessas ações.

Um exemplo muito citado por especialistas da área e que demonstrou o potencial de um ciberataque coordenado, ocorreu contra a Estônia, em 2007. Na ocasião, o país praticamente “saiu do ar” com a indisponibilidade da sua rede virtual, prenunciando uma espécie de colapso de nossas sociedades cada vez mais dependentes das tecnologias da informação.

Mais recente foi o ataque sofrido pelo Irã, quando inimigos (supostamente os governos norte-americano e israelense) conseguiram contaminar parcialmente o seu programa nuclear com o agora famoso vírus “Stuxnet”. Estima-se que a ação desse vírus foi capaz de atrasar em vários meses o programa nuclear iraniano, causando também considerável prejuízo financeiro.

Por suas características intrínsecas a guerra cibernética contem um enorme potencial para se tornar cada vez mais ameaçadora e perigosa. À medida que aumentamos nossa dependência com relação a sistemas computadorizados conectados em redes permanentes, nos tornamos mais e mais vulneráveis, tanto governos quanto sociedades.

É um perigo que o público em geral conhece parcialmente, ou seja, se torna motivo de atenção e preocupação apenas quando contas bancárias ou dados da vida privada são roubados ou “capturados” pela internet e que provocam danos materiais ou para a imagem da pessoa.

Mas, na verdade, o problema é muito mais sério, uma vez que afeta a segurança da coletividade, do Estado, da nação como um todo. Não é à toa que os países mais desenvolvidos vem, já há algum tempo, dando a devida atenção para o fenômeno e realizando “experimentos” que podem ter sérias consequências internacionais. Os ciberataques citados contra a Estônia e contra o Irã seguramente não foram realizados por hackers ou organizações criminosas comuns.

A rigor, a única forma de diminuir a vulnerabilidade diante dessa ameaça é desenvolver de forma consistente uma efetiva e complexa capacidade de defesa que exige alto investimento no desenvolvimento científico e tecnológico, o que só pode ser conseguido a partir de uma visão estratégica no plano do Estado.

No Brasil, as nossas Forças Armadas estão, de acordo como os recursos disponíveis, se preparando para o futuro que já chegou e que está devidamente incorporado à Estratégia Nacional de Defesa. Dentre as Forças, sabe-se mais sobre as atividades do Exército, que em Brasília conta com Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX).  De toda maneira, há ainda muito a ser feito nesse campo, decisivo para a segurança e o futuro de todos nós.

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