sexta-feira, 15 de julho de 2011

Saiba mais sobre o Marxismo

Professor dá aula sobre as características do Marxismo


Dicas de estudos com o Prof. Heitor de Sociologia da Oficina do Estudante de Campinas - SP

Oficina do Estudante, o cursinho que mais aprova nos vestibulares da UNICAMP, FUVEST, UNESP, UFSCAR E UNIFESP.

Marx e o Marxismo


Materialismo dialético e histórico

Em linhas iniciais, cumpre começar nosso estudo afirmando que o materialismo Moderno é uma criação de Friedrich Engels (1820-1895), companheiro político e parceiro intelectual de Karl Marx (1818-1883).

Engels chegou ao comunismo através de uma crítica que fez ao sistema capitalista, dizendo que esse modo de produção econômico não tem nenhum valor absoluto (como muitos pensavam), nem eterno. Se há algum valor no capitalismo, esse valor é histórico.

O Materialismo é, grosso modo, uma corrente filosófica que sustenta a ideia de que toda sociedade só sobrevive se somente se houver um modo de produção material, um conjunto de bens e serviços, que possibilitem a existência dos indivíduos. Sendo assim, o modo de produção de uma determinada sociedade determina o modo como ela estabelece seu conjunto de idéias (ideologia) que, via de regra, justifica e legitima o modo de produção. A base material de uma sociedade, segundo o materialismo marxista, também determina as relações sociais (Cf. MARX, Karl. In. MONDIN, B. Curso de Filosofia, vol. III. Paulus).

Entretanto, podemos entender a partir das ideias de Marx o materialismo sob dois aspectos: o dialético e o histórico. No primeiro caso, devemos considerar as leis supremas que regem a totalidade da realidade (leis naturais, o espírito absoluto, como pensava Hegel). No segundo caso, devemos entender as leis particulares que regem o modo de produção econômica que foi-se tecendo ao longo dos anos.

Karl Marx herda de Hegel a perspectiva dialética. Se este último pensava que havia luta, conflito, no âmbito do espírito que, a partir de tese e antítese, fazia suscitar uma síntese, Marx materializa esse método dizendo que a história também parece ser regida por tais forças. O materialismo dialético entende o real como um processo que está acontecendo por meio de antagonismos permanentes. Para Marx conflito e a luta marcam as relações econômicas e, por conseqüência, as relações entre os indivíduos. Tanto que, em um de seus escritos, Marx vai dizer que a lógica de todo trabalho dos proletários é o movimento. Por isso é necessário lutar sempre, já que o real não é absoluto, mas processo permanente de movimento, de mudança.

História e realidade

É preciso, compreender algo importante: “Marx não faz distinção entre história e realidade: para ele a única realidade é a da história, a qual, por sua vez, não é nada mais do que a evolução da matéria” (cf. MONDIN, B. Curso de Filosofia, vol. III. Paulus, pág. 101.). Daí é possível concluir que o materialismo histórico é uma concepção segundo a qual o fator determinante na existência humana é o material, ou na linguagem marxista, o econômico. Aquele que advém do modo de produção.

Segundo a perspectiva marxista, toda a história é marcada pela luta de classes (cf. MARX, K. Manifesto do Partido Comunista, Martin Claret, pág. 45). No período clássico, o cidadão da Polis dominava o escravo e o estrangeiro através das forças produtivas que lhes pertencia; na época Medieval, o servo era oprimido pelo poder (político-econômico) do senhor feudal; no neoclassicismo, com o surgimento da indústria, o comerciante e/ou industrial explorava o pequeno operário; no auge do capitalismo, o burguês aliena e explora o trabalho proletário. E assim é a história: um contínuo conflito onde as classes (escravo, cidadão, senhor feudal e servo, burguês e proletário...) lutam entre si. E o final dessa luta ocorrerá quando se houver superado a luta de classes... quando o comunismo chegar. Aliás, esse modelo político, na visão de Karl Marx, é inevitável. O próprio capitalismo, com seu antagonismo, produziria sua morte. Na linguagem do filósofo: “A burguesia produz, acima de tudo, seus próprios coveiros. Seu declínio e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis” (cf. MARX, K. Manifesto do Partido Comunista, Martin Claret, pág. 57). Mas para chagar ao comunismo, salienta Marx, é preciso estabelecer a ditadura do proletariado. E se preciso, usar forças violentas para estabelecer uma sociedade perfeita. Leia-se: comunista.

Infraestrutura e Superestrutura

No materialismo marxista, a consciência dos indivíduos é determinada pelas relações econômicas que, por meio do modo de produção, produzem os bens materiais necessários à vida. Marx chama de Infraestrutura o conjunto dos meios de produção de uma sociedade. Mas o que dá suporte e legitimação ao modo de produção é a ideologia, conjunto de idéias dominantes que geram, justificam e legitimam a exploração e/ou alienação do trabalho operário. A ideologia faz parte do que Marx chama de Superestrutura. Trata-se de um cabedal de idéias, filosofias e justificativas teorias (provindas, principalmente, do direito, da filosofia e da religião) que estão a serviço das classes dominantes e servem para legitimar a exploração. Isso porque todos os meios de produção (tanto intelectual quanto material) estão nas mãos dos burgueses. Eles detêm o poder de produção ideológica e material. Logo, “como é natural, a burguesia concebe o mundo em que domina como o melhor dos mundos possíveis” (MARX, K. Manifesto do Partido Comunista, Martin Claret, pág. 75).

Mais-Valia

Através da Mais-valia, a burguesia ou os senhores que detém o modo de produção exploram o operário. Este, trabalha mais e intensamente, além de sua capacidade, e é pago por um valor inferior. Numa palavra, o trabalhador é explorado. Ele vende sua força produtiva (trabalho), produz bens materiais, é explorado e enriquece ou dá lucro ao burguês. A esse processo de produção para o enriquecimento de outrem, no caso, do senhor burguês, damos o nome de alienação. Através deste processo, o capitalista se apropria do trabalho do operário. E não é demais relembrar: tudo isso acontece normalmente, mascarado pela Superestrutura.

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Bibliografia

1. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda - MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. Moderna: São Paulo, 2000;

2. CARDOSO, Fernando Henrique - IANNI, Octavio. Homem e Sociedade: Leituras básicas de sociologia geral. Editora Nacional: São Paulo, 1976;

3. MARX, Karl - Engels, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Martin Claret São Paulo, 2000;

4. MONDIN, Battista. Curso de Filosofia Vol. 3. Paulus: São Paulo, 2003;

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