sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pio Penna aborda a questão da fome na Coreia do Norte

Fome na Coreia do Norte 
Os norte-coreanos estão prestes a reviver um dos seus piores pesadelos dos anos 1990, qual seja: uma nova crise alimentar. O belicoso regime da dinastia dos Kim não consegue nem produzir e nem tampouco comprar alimentos para abastecer a população do país, já por demais sofrida com a quase absoluta falta de libe...rdade.
 
No Brasil pouca gente sabe, mas na segunda metade da década de 1990 a escassez generalizada atingiu de forma mortal aproximadamente um milhão de pessoas (as estatísticas variam muito, indo de seiscentos mil a dois milhões e meio de mortos) Essa gente morreu lentamente, em decorrência da fome, que chegou de forma gradativa.
Relatos dos sobreviventes que conseguiram fugir do país em direção à China e à Coreia do Sul traçam um quadro dramático, no qual as pessoas iam definhando e se transformando em cadáveres vivos, até sucumbirem por inanição. Literalmente, não havia o que comer em várias partes do país, principalmente nas cidades do interior.
A grande fome dos anos 1990 veio na sequência da crise do socialismo, com a extinção da União Soviética e as mudanças no regime chinês, que até então, junto com o desbaratamento dos demais países do bloco socialista, deixou a Coreia do Norte órfã e praticamente isolada do resto do mundo (assim como aconteceu, parcialmente, com Cuba).
O colapso econômico e a disposição belicosa do governo levou a uma crise interna profunda. O desemprego explodiu e a economia do país retrocedeu. Os parcos recursos do Estado foram empregados para manter os privilégios da alta cúpula do Partido dos Trabalhadores, a máquina militar em funcionamento e o estrito controle da sociedade.

O país entrou num ritmo totalmente descompassado com a modernidade e caminhou em direção ao passado. A maior parte das fábricas foram fechadas e a Coreia do Norte escureceu. Quando se observa uma foto de satélite tirada a noite nota-se, assombrosamente, o contraste da escuridão do país com o brilho de vizinhos imponentes, como a Coreia do Sul, o Japão e a China.
As perspectivas atuais não são nada boas para o povo norte-coreano. Aparentemente passou o temor de uma guerra, mas o espectro da fome está presente, talvez tanto quanto na década de 1990. Portanto, mais uma catástrofe humanitária à vista.

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