sábado, 23 de abril de 2011

Como exercer a cidadania

CNDL - Colégio Notre Dame de Lourdes
Terceiro Ano - Primeiro Bimestre
Coleção Pitágoras - Sociologia
Unidade 2: Como exercer a cidadania




Introdução


Muito se fala em cidadania e em como devemos exercê-la, mas geralmente não compreendemos as instituições básicas da nossa organização política. Apenas responsabilizamos os políticos pela cidadania de todos, mas não a exercemos.



Praça dos Três Poderes, em Brasília.



Nesta unidade, iremos conhecer ou reconhecer as instituições políticas do país e provocar o questionamento: exercemos a nossa cidadania?


Aprenda o que significa cidadania participativa







A verdadeira cidadania é um agir ativo na sociedade, sem esperar que as coisas aconteçam por si mesmas. Ultrapassa a ideia de mero exercício dos direitos e deveres, ainda que os pressuponha e os considere fundamentais. Nesse sentido, ela é um desafio para todos e não algo pronto, mas algo ser construído constantemente.







Os três poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo





DESAFIANDO





1. Vai acontecer uma eleição para presidente, deputado federal, senador, governador e deputado estadual. Você será um dos candidatos. Escolha a qual cargo você gostaria de se candidatar.





2. Por que você escolheu esta função?


3. Você sabe para que serve a função que escolheu? Explique.





4. E para os outros cargos, você sabe as funções de cada um? Explique o que você sabe.





CONFRONTANDO

Para o exercício da cidadania, antes de tudo temos que ter conhecimentos mínimos sobre como se estrutura nossa sociedade, nosso país. Leia o texto a seguir e confronte-o com as suas respostas anteriores.




OS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA



A Constituição do Brasil reconhece três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. A existência de três poderes e a ideia que haja um equilíbrio entre eles, de modo que cada um dos três exerça um certo controle sobre os outros é, sem dúvida, uma característica das democracias modernas. A noção da separação dos poderes foi instituída por Aristóteles, na Antiguidade, mas foi aplicada pela primeira vez na Inglaterra, em 1653. Sua formulação definitiva, porém, foi aplicada por Montesquieu, no século XVIII, visando assegurar a liberdade dos homens e conter o poder absoluto de alguns monarcas. A divisão dos poderes é um dos pilares da democracia porque impede que o poder se concentre nas mãos de um único mandante (ditador). Os três poderes devem ser independentes – um não pode interferir no funcionamento do outro – mas devem funcionar em harmonia.





Observada a origem dos três poderes, entendamos cada um deles.



Ao Poder Executivo cabe governa, administrando os recursos públicos conforme determina a lei. Seus chefes, respectivamente, o presidente da República, o governador de Estado e o prefeito do Município, não governam sozinhos, pois nomeiam ministros ou secretários para a execução das políticas públicas de sua área. Eles são responsáveis pela atividade dos organismos e dos servidores públicos. O principal representante do Executivo é o presidente da República, que desempenha o papel de chefe de Estado e de Governo. Em países de regime parlamentarista, os cargos pertencem a duas pessoas distintas: o monarca, quando for uma monarquia, ou o presidente, que é o chefe de Estado, e o primeiro-ministro, que é o chefe de Governo. Ao rei ou rainha, ou presidente, cumpre o papel de representar a Nação tanto para seus habitantes, quanto perante os outros países do mundo. Já ao primeiro-ministro cabe a administração do país propriamente dita. Nos países de regime presidencialista, como é o nosso caso, o presidente da República acumula as duas funções. Para tanto, ele conta com o auxílio de seus ministros e dos secretários de Estado.










Os ex-presidentes Lula, Fernando Henrique e Itamar Franco.



O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional representado, em âmbito federal, pelos deputados federais e senadores, sendo formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Além deles, também integra o mesmo poder o Tribunal de Contas da União (TCU), que presta assessoria à Câmara e ao Senado, especialmente no âmbito do uso do dinheiro público. A divisão do Poder Legislativo em duas casas é chamada de bicameralismo, que é uma característica de Estados Federativos ou Unidade da Federação, representando os interesses do Estado pelo qual foram eleitos, ou seja, representam a população de seu Estado. A Câmara dos Deputados é a casa da representação do povo como um todo. A vantagem desse sistema é que os projetos de lei são discutidos e votados duas vezes. Tudo que é proposto numa das casas é revisto pela outra.





Congresso Nacional.



Em âmbito estadual, o Poder Legislativo é representado pelos deputados estaduais (Assembleias Legislativas) e, nos municípios, pelos vereadores (Câmaras Municipais). São parlamentares cuja atribuição constitucional é de legislar e fiscalizar. Devem propor e votar leis, apreciar matérias apresentadas pelos outros poderes e pela população, fiscalizar as ações do Executivo, votar os orçamentos apresentados por ele e examinar suas contas. Podem, ainda, em situações específicas, julgar membros do próprio Legislativo e do Executivo.



O terceiro poder é o Judiciário, que só existe em âmbito federal e estadual, e tem como base a comarca. Cabe ao poder Judiciário interpretar as leis elaboradas pelo Legislativo e promulgadas pelo Executivo. Ele deve aplica-las em diferentes situações e julgar aqueles cidadãos que, por diversos motivos, não as cumprem.

A função do Judiciário é garantir e defender os direitos individuais, ou seja, promover a justiça, resolvendo todos os conflitos que possam surgir na vida em sociedade.

As responsabilidades e a estrutura desse poder são determinadas pela principal lei do país, a Constituição Federal. E todos os cidadãos têm o direito de solicitar que o Judiciário se manifeste, de maneira a resolver disputas ou punir aqueles que não cumprem as leis.





Livro da Constituição Federal.

Com o objetivo de garantir esse direito, a Constituição estabelece estruturas paralelas ao poder Judiciário, às quais todos os cidadãos podem recorrer: o Ministério Público, a Defensoria Pública (para aqueles que não podem pagam um advogado) e os advogados particulares, inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB. Seus membros, os juízes e os promotores, são escolhidos por concurso público, mas desembargadores, nos Estados, e os ministros dos Tribunais superiores são nomeados pelo governador e pelo presidente da República, respectivamente.





A partir do texto anterior e de seus conhecimentos, responda às questões.

5. Qual a importância da autonomia dos três poderes? Justifique sua resposta.



6. O que você entende por equilíbrio entre os três poderes? Justifique sua resposta.

Após o texto nos mostrar como se estrutura teoricamente a organização política de um estado federativo democrático, pode-se observar, comparando com a realidade, que a distribuição do poder na sociedade real concreta envolve outros elementos e personagens nele não contemplados. Existe, na realidade, um jogo de interesses que envolve esses diversos personagens. Esse jogo nos leva a questionar se há outros poderes presentes na sociedade.





Um quarto poder







O poder da mídia



Acompanhe fragmentos do texto de Ignácio Ramonet (Diretor-presidente do Le Monde Diplomatique) e reflita sobre os poderes da nossa realidade.





Há muitas e muitas e muitas décadas que a imprensa e os meios de comunicação representam, no contexto democrático, um recurso dos cidadãos contra os abusos dos poderes.



Mas também são cometidos graves abusos nos países democráticos, embora as leis sejam democraticamente votadas, os governos eleitos por sufrágio universal e a justiça seja – em teoria – independente do poder executivo. Ocorre o fato de esta condenar, por exemplo, um inocente (como esquecer o caso Dreyfus, na França?); de o Parlamento votar leis discriminatórias para com determinadas categorias da população (foi o caso, nos Estados Unidos, durante mais de um século, em relação aos afro-americanos, e volta a ser, hoje, em relação a pessoas originárias de países muçulmanos com a edição do Patriot Act); de os governos adotarem políticas cujas conseqüências se revelarão funestas para todo um setor da sociedade (é o caso, atualmente, dos imigrantes “sem-documentos” em inúmeros países europeus).



Em tal contexto democrático, os jornalistas e os meios de comunicação consideraram, com freqüência, ser um dever importante denunciar estas violações de direitos. Às vezes, pagaram caro por isso: atentados, “desaparecimentos”, assassinatos, como ainda se pode constatar na Colômbia, na Guatemala, na Turquia, no Paquistão, nas Filipinas e em outros países. Foi por este motivo que, durante muito tempo, se falou no “quarto poder”. Definitivamente, e graças ao senso cívico dos meios de comunicação e à coragem de jornalistas audaciosos, as pessoas dispunham deste “quarto poder” para criticar, rejeitar e resistir, democraticamente, às decisões ilegais que poderiam ser iníquas, injustas e até criminosas para com pessoas inocentes. Dizia-se, muitas vezes, que era a voz dos sem-voz.





Características novas

Nos últimos quinze anos, à medida que se acelerava a globalização liberal, este “quarto poder” se viu esvaziado de sentido, perdendo, pouco a pouco, sua função fundamental de contrapoder. Ao se estudar de perto como funciona a globalização, ao observar como se desenvolveu um novo tipo de capitalismo – agora, não só industrial, mas, principalmente, financeiro, ou, resumindo, um capitalismo de especulação –, esta evidência chocante se impõe. Na atual fase da globalização, assiste-se a um confronto brutal entre o mercado e o Estado, entre o setor privado e os serviços públicos, entre o indivíduo e a sociedade, entre o íntimo e o coletivo, entre o egoísmo e a solidariedade.O verdadeiro poder está atualmente nas mãos de um punhado de grupos econômicos planetários e de empresas globais cujo peso nos negócios do mundo inteiro parece, às vezes, mais importante do que o dos governos e dos Estados. São eles, os “novos senhores do mundo”, que se reúnem anualmente em Davos, no âmbito do Fórum Econômico Mundial, e que inspiram as políticas adotadas pela grande Trindade da globalização: o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio.É neste contexto geoeconômico que se produziu – no próprio coração da estrutura industrial – uma metamorfose decisiva do lado da comunicação de massa.Os meios de comunicação de massa (rádios, imprensa, emissoras de televisão, Internet) se fundem, cada vez mais, em arquiteturas que se reproduzem, para constituir grupos de comunicação de vocação mundial. Empresas gigantes, como a News Corps, a Viacom, a AOL Time Warner, a General Electric, a Microsoft, a Bertelsmann, a United Global Com, a Disney, a Telefonica, a RTL Group, a France Telecom etc., dispõem, atualmente, de novas possibilidades de expansão devido às mudanças tecnológicas. A “revolução digital” rompeu as fronteiras que antes separavam as três formas tradicionais de comunicação: o som, a escrita e a imagem. Permitiu o surgimento e o avanço da Internet, que representa um quarto modo de se comunicar, uma nova maneira de se expressar, de se informar, de se distrair.A partir daí, as empresas de comunicação são tentadas a se constituir em “grupos” para reunirem todas as formas clássicas de comunicação (imprensa, rádio e televisão), mas também todas as atividades que poderiam ser chamadas de setores da cultura de massa, da comunicação e da informação. Três esferas que antes eram autônomas: de um lado, a cultura de massa, com sua lógica comercial, suas criações populares, seus objetivos basicamente mercantis; de outro, a comunicação, no sentido publicitário, o marketing, a propaganda, a retórica da persuasão; e, finalmente, a informação, com suas agências de notícias, boletins de radiodifusão ou de televisão, a imprensa, as redes de informação contínua – em resumo, o universo de todos os jornalismos.Essas três esferas, que antes eram tão distintas, foram se misturando pouco a pouco, até constituírem uma única esfera, ciclópica, na qual é cada vez mais difícil distinguir as atividades pertencentes à cultura de massa, à comunicação ou à informação1 . Além do mais, essas gigantescas empresas de mídia, esses produtores de símbolos em cadeia, multiplicam a difusão de mensagens de todo tipo, nas quais se misturam televisão, desenhos animados, cinema, videogames, CDs musicais, DVD, edição, aldeias temáticas do gênero Disneyland, esporte, espetáculos etc.Em outras palavras, os grupos de mídia possuem atualmente duas características novas: em primeiro lugar, encarregam-se de tudo o que envolve texto, imagem e som e o divulgam por meio dos canais mais variados (jornais, rádios, televisões abertas, a cabo ou por satélite, Internet e por todo tipo de rede digital). A segunda característica: esses grupos são mundiais, planetários e globais – e não apenas nacionais e locais.

[...]

Portanto, a globalização econômica é também a globalização da mídia de massa, da comunicação e da informação. Preocupados, acima de tudo, em ver triunfar seu gigantismo – o que obriga a adular os outros poderes –, estes grandes grupos deixaram de ter como objetivo cívico o de ser um “quarto poder”, assim como deixaram de denunciar os abusos contra os direitos ou de corrigir as disfunções da democracia para polir e aperfeiçoar o sistema político. Não pretendem se apresentar como um “quarto poder” e, menos ainda, como um contrapoder.Quando, eventualmente, podem constituir um “quarto poder”, este se junta aos outros poderes existentes (político e econômico) para esmagar o cidadão como poder suplementar, como poder da mídia.Portanto, a questão que se coloca, em termos de cidadania, é a seguinte: como reagir? Como se defender? Como resistir à ofensiva deste novo poder que, de certa forma, traiu os cidadãos passando-se, com armas e bagagens, para o inimigo?Basta, simplesmente, criar um “quinto poder”. Um “quinto poder” que nos permita opor uma força cidadã à nova coalizão dos senhores dominantes. Um “quinto poder” cuja função seria a de denunciar o superpoder dos grandes meios de comunicação, dos grandes grupos da mídia, cúmplices e difusores da globalização liberal. Meios de comunicação que, em determinadas circunstâncias, não só deixaram de defender os cidadãos, mas, às vezes, agem explicitamente contra o povo.

[...]

Esses grupos não se assumem como poder da mídia; constituem, antes de tudo, o braço da globalização e sua função é a de conter as reinvindicações populares ao mesmo tempo em que tentam aboncanhar o poder político. Aos poderes das oligarquias tradicionais e da reação clássica, juntam-se agora os poderes da mídia. Juntos – e em nome da liberdade de expressão! – atacam os programas que defendem os interesses da maioria da população. É essa a fachada da mídia da globalização. Revela da maneira mais clara, mais evidente, mais caricatural, a ideologia da globalização liberal. [...]





Publicado na edição brasileira do Le Monde Diplomatique nº 45, outubro de 2003. Disponível em: www. Diplo.com.br. Acesso em 22 abr 2011.



Tradução: Jô Amado; intertítulos da redação do OI. (fragmento)





7. Segundo o texto, o que caracteriza a Imprensa como o quarto poder?







8. De acordo com o texto, em que se transformou a Imprensa?



9. O texto anterior apresenta argumentação de que a Imprensa não é mais o quarto poder, como já fora em outras épocas. Você concorda? Justifique sua resposta.





O quinto poder; poder do povo?







Primeiramente, precisamos entender: o que é um cidadão? Ser cidadão significa ser membro do Estado e também ser membro de uma sociedade de pessoas que habita esse Estado. A cidadania se expressa por meio da participação política, que é, ao mesmo tempo, um direito e um dever do cidadão. Mas a participação política não se restringe apenas a assuntos públicos do Estado; refere-se também a todos as questões da sociedade, ou seja, a cidadania se expressa participando da sociedade e de suas instituições. Isso posto, não podemos mais considerar apenas o voto como instrumento de participação política do cidadão.

Várias manifestações populares exemplificam o exercício da cidadania. A participação efetiva num grêmio estudantil, o envolvimento com as questões da escola referente aos alunos, a concretização do Projeto Betinho, sugerido aqui no livro de Sociologia, a participação em associações de bairro e ONGs, as propostas de orçamento participativos de diversas prefeituras, entre tantas outras.

Historicamente, temos as experiências dos Sovietes – Conselhos de operários e camponeses, na antiga União Soviética – e mais recentemente a proposta do poder popular venezuelano. “O poder público passa a se distribuir territorialmente entre “poder popular, poder municipal, estadual e nacional” (art. 136). São instituídas as comunas enquanto “células geo-humanas do território” e as comunidades enquanto “núcleo espacial básico e indivisível do estado socialista venezuelano”, a partir das quais “o poder popular desenvolverá formas de agregação comunitárias, político-territorial, as quais serão reguladas em lei e que constituam formas de autogoverno e qualquer outra expressão de democracia direta...” (art. 16) (MARTINS JÚNIOR). Proposta essa que no plebiscito de dezembro de 2007 não foi aceita pela maioria da população.

Exercer a cidadania é mais abrangente que apenas votar nas eleições presentes na nossa sociedade. Exercer essa cidadania mais participativa pode ser a característica das novas gerações, que não têm mais os anseios que se tinham em outras épocas: de liberdade política, liberdade de expressão e liberdade sexual.

Exercer essa cidadania é efetivar uma democracia participativa, que é mais do que a democracia representativa, pois exige do cidadão acompanhar os candidatos eleitos, fiscalizar, denunciar, cobrar e sugerir, muito mais que apenas votar. Instrumentos tecnológicos se fazem presentes para a efetivação dessa participação: os blogs e twiters da Internet, as ONGs, as eficazes associações de bairro, os grêmios estudantis, entre outros.





10. Observando a sua comunidade próxima, relacione as diversas formas de exercício da cidadania nela presentes.





11. Você considera que exerce a sua cidadania na sua comunidade?



a) Se sim, apresente três exemplos.





b) Se não, justifique sua resposta.





12. Baseando-se no texto anterior, você considera que é possível se viabilizar um quinto poder, o Poder do Povo, na sociedade brasileira, nos moldes propostos pela Venezuela? Discuta com um colega e argumente sua resposta.





13. Na sua opinião, o que falta à sociedade brasileira para que ela exerça mais a sua cidadania? Argumente.









SISTEMATIZANDO


Iniciamos a unidade apresentando a organização dos poderes nas estruturas da sociedade republicana brasileira. Avançamos, questionando o quarto poder da imprensa, pressionando pelos políticos e econômicos, e levantamos a ideia de um quinto poder, o poder do povo.





Nesta seção, vamos aprofundar essas questões a partir da pergunta: Como Marx e Durkheim se posicionaram com relação ao poder? Observemos os textos a seguir que nos auxiliarão nas reflexões já propostas.


14. Como Marx concebe o Estado?


15. Qual a ideia de estado apresentada por Weber?



16. Explique, segundo Weber,



a) o poder tradicional.



b) o poder carismático.





17. Dê um exemplo do poder tradicional e de poder carismático na nossa sociedade atual.




18. O que é o Estado para Durkheim?


19. Em que aspecto as ideias de Durkheim diferem das de Marx e Weber sobre o Estado? Em que elas se assemelham?







Síntese





O Pensador, de Auguste Rodin.



O momento agora é de síntese das ideias apresentadas na unidade. Leia a letra da música a seguir e a relacione com os conhecimentos construídos ao longo da unidade.














Até Quando?



Gabriel O Pensador



Composição : Gabriel o Pensador; Itaal Shur; Tiago Mocotó














Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta



Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve



Você pode e você deve, pode crer



Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver



Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu



Num quer dizer que você tenha que sofrer



Até quando você vai ficar usando rédea



Rindo da própria tragédia?



Até quando você vai ficar usando rédea



Pobre, rico ou classe média?



Até quando você vai levar cascudo mudo?



Muda, muda essa postura



Até quando você vai ficando mudo?



Muda que o medo é um modo de fazer censura



(Refrão)



Até quando você vai levando porrada, porrada?



Até quando vai ficar sem fazer nada?



Até quando você vai levando porrada, porrada?



Até quando vai ser saco de pancada?



(Repete refrão)



Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente



Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente



Você tenta ser contente, não vê que é revoltante



Você tá sem emprego e sua filha tá gestante



Você se faz de surdo, não vê que é absurdo



Você que é inocente foi preso em flagrante



É tudo flagrante



É tudo flagrante



(Refrão x2)



A polícia matou o estudante



Falou que era bandido, chamou de traficante



A justiça prendeu o pé-rapado



Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário



(Refrão x2)



A polícia só existe pra manter você na lei



Lei do silêncio, lei do mais fraco:



Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco



A programação existe pra manter você na frente



Na frente da TV, que é pra te entreter



Que pra você não ver que programado é você



Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar



O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar



E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar



Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá



Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar



Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar



Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar



Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar



Escola, esmola



Favela, cadeia



Sem terra, enterra



Sem renda, se renda. Não, não



(Refrão x2)



Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente



A gente muda o mundo na mudança da mente



E quando a mente muda a gente anda pra frente



E quando a gente manda ninguém manda na gente



Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura



Na mudança de postura a gente fica mais seguro



Na mudança do presente a gente molda o futuro





21. A quem se dirigem as perguntas e os questionamentos apresentados na letra da música anterior?

22. O que a música de Gabriel, o Pensador nos propõe?

23. A partir da proposta da letra da música, construa sua síntese da unidade, apresentando as ideias mais significativas.



Confira abaixo um resumo do que foi estudado nesta unidade

















Faça você



Nesta seção, você encontra questões de vestibulares e/ou simulados referentes ao conteúdo trabalhado na unidade. Exercite, confira seus conhecimentos, FAÇA VOCÊ.













Calvin, personagem do cartunista Bill Watterson.





24. (UFU) Considere a seguinte citação.



Movimentos e ONGs cidadãs têm se revelado estruturas capazes de desempenhar papéis que as estruturas formais, substantivas, não têm conseguido exercer enquanto estruturas estatais, oficiais, criadas com o objetivo e o fim de atender a área social.



GOHN, Maria da Glória. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997. p. 303.



A respeito do papel político dos novos movimentos sociais e das organizações não-governamentais no contexto brasileiro, marque a alternativa correta.



A) Os novos movimentos sociais surgiram no Brasil em um contexto marcado pelo autoritarismo e pela exigüidade de espaços democráticos de participação política.



B) Em seus primórdios, na década de 1970, os novos movimentos sociais constituíram-se como uma extensão do aparato estatal na sociedade civil.



C) As bandeiras de luta defendidas pelos novos movimentos sociais, desde os anos 1970, limitam-se à problemática trabalhista e sindical.



D) Coube aos novos movimentos sociais, desde seu florescimento nos anos 1970, reforçar as práticas e estruturas de poder centralizadas em torno do Estado.





25. (UEL) Leia o texto a seguir:



As sociedades primitivas são sociedades sem Estado: esse julgamento, de fato, em si mesmo correto, na verdade dissimula uma opinião, um juízo de valor, que prejudica imediatamente a possibilidade de constituir uma Antropologia política como ciência rigorosa. O que de fato se enuncia é que as sociedades primitivas estão privadas de alguma coisa – o Estado – que lhes é, tal como a qualquer outra sociedade – a nossa, por exemplo – necessária. Essas sociedades são portanto, incompletas. Não são exatamente verdadeiras sociedades – não são policiadas –, e subsistem na experiência talvez dolorosa de uma falta – falta do Estado – que nelas tentariam, sempre em vão, suprir.[...]. Já se percebeu que, quase sempre, as sociedades arcaicas são determinadas de maneira negativa, sob o critério da falta: sociedades sem Estado, sociedades sem escrita, sociedades sem história. (Mas, por outro lado, deve ser levado em consideração que nestas sociedades) a relação do poder com a troca, por ser negativa, não deixa de mostrar-nos que é ao nível mais profundo da estrutura social, lugar da constituição inconsciente das suas dimensões, de onde advém e onde se encerra a problemática desse poder. Em outros termos, é a própria cultura, como diferença maior da natureza, que se investe totalmente na recusa desse poder.[...]. Elas pressentiram muito cedo que a transcendência do poder encerra para o grupo um risco mortal, que o princípio de uma autoridade exterior e criadora de sua própria legalidade é uma contestação da própria cultura [...]; descobrindo o grande parentesco do poder e da natureza, como dupla limitação do universo da cultura, as sociedades indígenas souberam inventar um meio de neutralizar a violência da autoridade política.



(CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978, p. 133, 33-34.)





Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:



I. A existência de sociedades sem Estado, se deve ao fato de que nestas sociedades há uma identificação, ainda que inconsciente, entre a concentração de poder e a negação da cultura.



II. Nas sociedades sem Estado, a recusa à centralização do poder se deve à existência de mitos específicos que identificam a autoridade política a seres demiúrgicos.



III. Existe uma tendência segundo a qual as sociedades denominadas como “primitivas” são consideradas negativamente, através de uma ótica que se pauta na ausência de determinadas características presentes nas sociedades ocidentais, e que não leva em consideração suas peculiaridades culturais.



IV. As sociedades “primitivas” não possuem Estado em decorrência do seu atraso quanto ao desenvolvimento das instituições políticas, às formas de parentesco e às racionalidades comunicativas.





Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.



a) I e II.



b) I e III.



c) III e IV.



d) I, II e IV.



e) II, III e IV.







26. (UEL) Leia o texto a seguir:



Como argumentaram com muita propriedade diversos críticos da tradição sociológica [...] As nações e os estados nacionais não interagem simplesmente entre si; sob as condições modernas, eles formam – ou tendem a formar – um mundo, isto é, um contexto global com os seus próprios processos e mecanismos de integração. A forma nacional de integração, dessa forma, desenvolve-se e funciona em conexão íntima e num conflito mais ou menos acentuado com a forma global. [...] Para apreender a sua relevância em relação à análise do nacionalismo, é necessário ter em mente que a globalização de modo algum é sinônimo de homogeneização [...]. Pelo contrário, ela deve ser entendida como uma nova estrutura de diferenciação.



(ARNASON, J. P. Nacionalismo, globalização e modernidade, In: FEATHERSTONE, M. (Org.) Cultura global: nacionalização, globalização e modernidade. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 238.)



De acordo com o texto, é correto afirmar:



a) Os Estados Nacionais possuem total autonomia quanto à globalização, por isso não sofrem reflexos deste processo, garantindo a homogeneidade, a simetria e unidade contra as distinções.



b) A globalização é um processo que atinge e subverte todos os Estados Nacionais, que tendem ao desaparecimento com construção política moderna de regulação das relações sociais locais.



c) Apesar da resistência dos Estados Nacionais, a globalização resulta em homogeneização severa em todos os países que atinge.



d) Em virtude da presença dos Estados Nacionais, a tendência de homogeneização própria à globalização deve ser relativizada, pois muitas vezes, ao invés de uma homogeneização, ela acaba por promover novas formas de diferenciação.



e) Inexiste relação direta entre globalização e Estados Nacionais, pois, estes últimos se preservam por meio de mecanismos de defesa autóctones e totalitários.







27. (UEM) Sobre as mudanças sofridas pelo Estado brasileiro, os padrões que marcaram sua relação com a sociedade civil e as interpretações produzidas sobre essa temática, assinale o que NÃO é correto.





a) A passagem do Império para a República implicou fortes transformações na organização do poder político. Conforme exigências da nova ordem, a denominada Primeira República dissolveu o fenômeno da apropriação privada do Estado pelas oligarquias.



b) O conceito de “modernização conservadora” é aplicado para designar o grande controle que o Estado exerceu sobre os processos de mudança ocorridos no Brasil, como, por exemplo, aqueles relacionados à industrialização.



c) A ascensão de Getúlio Vargas ao poder promoveu, pela primeira vez no Brasil, a inclusão, de forma autônoma, da classe trabalhadora nos centros decisórios de políticas. Por isso, esse estadista foi denominado “o pai dos pobres”.



d) O patrimonialismo atribuído ao Estado brasileiro por vários teóricos corresponde, entre outros fatores, às relações de lealdade que se estabeleceram entre os detentores do poder e determinados grupos de elite. Como resultado, dificultou-se a consolidação de uma burocracia moderna para gerir a máquina pública do país.



e) No Brasil, o poder executivo concentrou, historicamente, as maiores parcelas de poder político. Ao lado de outros elementos, esse fato explica a fragilidade do sistema partidário brasileiro em cumprir sua função de permitir a expressão e de garantir os direitos dos diferentes grupos existentes em nossa sociedade.





28. (UEM) Sobre a formação do Estado moderno e as transformações que ele sofreu ao longo da história, assinale o que NÃO for correto.





a) A centralização das estruturas jurídicas e da cobrança de impostos, a monopolização da legitimidade do uso da violência e a criação de uma burocracia específica para administrar os serviços públicos foram fundamentais para a constituição do Estado moderno.



b) Os Estados Absolutistas europeus contribuíram para a desagregação das relações políticas feudais. Por isso, seu advento é constitutivo do longo processo que resultou no surgimento dos Estados modernos.



c) O princípio da soberania popular foi substantivamente transformado em fins do século XIX e ao longo do século XX como resultado das lutas sociais empreendidas a favor da ampliação dos direitos políticos.



d) A construção do Estado-nação esteve intimamente associada à idéia de um poder territorializado.



e) Embora estejam associados, os conceitos de Estado e de nação não coincidem, já que existem nações sem Estado – como é o caso dos palestinos – e Estados que abrangem várias nações – como o Reino Unido.





29. (UEM - adaptada) “Historicamente, a cidadania foi concedida a restritos grupos de elites – homens ricos de Atenas e barões ingleses do século XIII – e posteriormente estendida a uma grande porção dos residentes de um país.”



(VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania. A sociedade civil na globalização. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 34-35).





a) O estabelecimento dos deveres e dos direitos da cidadania moderna esteve intimamente vinculado ao processo de construção dos Estados nacionais.



b) A cidadania é um conceito que está associado estritamente à Idade Moderna, já que a democracia só passou a ser implementada a partir desse período.



c) Considerando o processo histórico dos últimos 200 anos, podemos afirmar que a incorporação de novos grupos ao estatuto da cidadania foi realizada não apenas por concessões, mas também pelas lutas sociais que reivindicaram novos direitos.



d) Nos diferentes períodos históricos, os direitos de cidadania constituíram-se, invariavelmente, como privilégio exclusivo das elites econômicas.





30. (UEL) Max Weber, sociólogo alemão, conceituou três tipos ideais de dominação: dominação legal, dominação tradicional e dominação carismática. São tipos ideais porque são construções conceituais que o investigador utiliza para fazer aproximações entre a teoria e o mundo empírico.





Leia a seguir o trecho da Carta Testamento de Getúlio Vargas:



Sigo o destino que é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.



(VARGAS, G. Carta Testamento. Disponivel em: http://www.cpdoc.fgv.br/dhbd/verbetes_htm/5458_53.asp. Acesso em: 17 nov. 2007.)





Com base nos conhecimentos sobre os tipos ideais de dominação e levando em consideração o texto citado e as características históricas e políticas do período, assinale a única alternativa que apresenta a configuração correta do tipo de dominação exercida por Getúlio Vargas.



a) Dominação carismática e tradicional.

b) Dominação tradicional que se opõe à dominação carismática.

c) Dominação tradicional e legal.

d) Dominação legal e carismática.

e) Dominação legal que reforça a dominação tradicional.




Resolução comentada das questões





1. Resposta pessoal. Possível: Presidente.



2. Resposta pessoal. Possível: Por ser o cargo mais importante do país.



3. Resposta pessoal. Possível: Serve para administrar o país.



4. Deputado estadual e federal, junto com os senadores, legislam o estado e o país, ou seja, constroem as leis. Os governadores administram os estados para o qual foram eleitos.



5. A existência de três poderes e a ideia de que haja um equilíbrio e uma descentralização entre eles, de modo que cada um dos três exerça um certo controle sobre os outros.



6. Equilíbrio quer dizer que não há preponderância de um poder sobre o outro.



7. Graças ao senso cívico dos meios de comunicação e à coragem de jornalistas audaciosos, as pessoas dispunham deste “quarto poder” para criticar, rejeitar e resistir, democraticamente, às decisões ilegais que poderiam ser iníquas, injustas e até criminosas para com pessoas inocentes. Dizia-se, muitas vezes, que era a voz dos sem-voz.



8. Preocupados, acima de tudo, em ver triunfar seu gigantismo – o que obriga a adular os outros poderes -, estes grandes grupos deixaram de ter como objetivo cívico o de ser um “quarto poder”, assim como deixaram de denunciar os abusos contra os direitos ou de corrigir as disfunções da democracia para polir e aperfeiçoar o sistema político. Não pretendem se apresentar como um “quarto poder” e, menos ainda, como um contrapoder.



9. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente argumentações fundamentadas para o seu posicionamento. O importante é que o aluno se manifeste.



10. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: participação em associação de moradores, envolvimento com o grêmio estudantil da escola. Participação nas eleições tanto votando, como propagando a ética no voto.



11. Resposta pessoal. Sim, pois participo do grêmio da escola. Não, porque considero política uma coisa suja e prefiro não me envolver.



12. Somente se torna possível viabilizar um quinto poder se, desde cedo, as crianças já forem preparadas para a participação; caso contrário não se viabiliza, pois as pessoas não acreditam no processo participativo.



13. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: Falta o exercício da participação desde criança, nas mais diversas atividades existentes. Democracia se aprende exercendo-a.



14. O Estado, diante do sistema capitalista para Marx, e esse aspecto é importante a ser ressaltado, não é capaz de refletir os interesses de certos grupos e classes sociais que detêm as rédeas do poder.



15. “Devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana dentro dos limites de determinado território – a noção de território corresponde a um dos elementos essenciais do Estado”. O Estado chama para si o monopólio do uso da violência física dentro de seu próprio território.



16. Poder tradicional: o poder da legalidade é aquele “fundado na obediência”;



Poder carismático: é exercido por aqueles que obtém a confiança da sociedade por seus dons.



17. Tradicional: Presidente João Baptista Figueiredo, carismático: Presidente Lula.



18. “O Estado é um órgão especial encarregado de elaborar certas representações que valem para a coletividade”. É o Estado que legitima e garante o individualismo, que afirma e faz respeitar os direitos do indivíduo. “Longe de ser antagonista do Estado, nossa individualidade moral [é], ao contrário, produto do Estado.”



19. Durkheim difere de Marx, pois concebe o Estado como aquele que legitima o indivíduo. Marx entende o Estado como representação de interesses de certos grupos ou classes sociais. Durkheim assemelha sua concepção de Estado a Weber, quando entende que, Como Weber afirma, o Estado monopoliza a violência física como instrumento de domínio sobre os indivíduos.



21. Aos menos favorecidos, pois a letra apresenta situações que se referem a eles, como em “acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar. O cara me pede diploma, não tenho diploma, não pude estudar”.



22. Propõe que mudemos de postura, que sejamos cidadãos participativos, para que as desigualdades e as injustiças acabem.



23. A unidade questiona a ação cidadã das pessoas, apresentando os poderes presentes na sociedade: executivo, legislativo e judiciário. Questiona ainda, o papel da imprensa que já foi ou, às vezes, ainda é o quarto poder. Propõe um quinto poder, o poder do povo, em que a participação cidadã se daria nas associações de bairro, na fiscalização crítica dos nossos políticos entre outras. A unidade apresenta ainda como Marx, Durkheim e Weber se posicionam diante do estado e do poder.



24. A



25. B



26. D - A letra "d" é a mais fiel em relação ao texto dado. Em relação ao conflito entre globalização com homogeneização e diferenciação, tal fato pode ser observado em nossos estudos sobre o Oriente Médio. Quanto mais o EUA tenta implantar "democracias liberais" na região, o que seria a característica "normal" dos Estados Nacionais globalizados, mais se radicalizam os focos de reação "fundamentalista islâmica". O que podemos ver com a criação de Israel, com a Revolução Islâmica do Irã, com Saddam no Iraque e com Bin Laden no Afeganistão.



27. A



28. E



29. C



30. A

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Projeto Betinho: empreendedorismo social

COLÉGIO NOTRE DAME DE LOUDES

COLEÇÃO PITÁGORAS

SOCIOLOGIA – PRIMEIRO ANO

SEGUNDO BIMESTRE






Unidade 2

Projeto Betinho: empreendedorismo social Projeto Betinho






A canção “Pacato cidadão” do Skank e a afirmação: “[...] aspiravam fazer do conhecimento sociológico um instrumento de ação” (trecho do Breve histórico da unidade anterior) fazem-nos lembrar de um sociólogo brasileiro: Herbert de Souza, o Betinho. Betinho usou seu conhecimento sociológico como instrumento de ação e, como cidadão, não foi nada pacato. Criou o movimento de Ação da Cidadania contra a Miséria e Pela Vida e por ele lutou até o fim da sua vida. Betinho era portador do vírus HIV, contraído em transfusões de sangue, por ser hemofílico, mas nem por isso se colocou como vítima perante à sociedade e, pelo contrário, utilizou sua notoriedade para prolongar seu movimento de ação contra a fome e mobilizar a sociedade em favor dos aidéticos. Betinho argumentava sobre a necessidade de transformações estruturais na sociedade brasileira, mas, ao mesmo tempo, era necessária uma atitude emergência para a população miserável, que passava fome. Ele foi um exemplo de empreendedor, uma vez que teve a capacidade de tomar a iniciativa e agir na busca de soluções inovadoras para problemas econômicas ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de empreendimentos. Portanto, esta unidade pretende ser, além de uma homenagem a Betinho, uma proposta de ação concreta diante da sociedade, utilizando os instrumentos da Sociologia, no auxílio desse projeto, e o exemplo de ação do sociólogo Betinho. Ao longo do livro, teremos a seção Projeto Betinho, que apresentará propostas de ação concreta na sociedade, com base nos temas trabalhados na unidade.









Protagonismo juvenil

DESAFIANDO









Organizados em grupos, discutam as seguintes questões:



1. A partir das lembranças dos últimos noticiários a que assistiram, observem a realidade brasileira e descrevam quais são os problemas mais urgentes do nosso país a serem resolvidos. Problemas mais urgentes:






2. Agora, observem seu estado e sua cidade.



Quais são os problemas mais urgentes a serem resolvidos?



Cidade/Estado:



Principais problemas:






3. Aproximem-se mais da sua vida cotidiana. Observem seu bairro e sua escola.



Quais são os problemas mais urgentes a serem resolvidos;



Bairro: Principais problemas:






4. A partir dos problemas levantados nas questões anteriores, discuta de que maneira vocês poderiam ajudar ou contribuir para soluciona-los. Registre aqui suas ideias.









Conheça a história de Betinho












A historia de Herbert José de Sousa Um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro que dedicou-se ao projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida que ele mesmo tinha fundado.







CONFRONTANDO





Para construirmos conhecimento, necessitamos confrontar nossas ideais e convicções. Leia os textos, a seguir, sobre a vida de Betinho, sobre empreendedorismo e protagonismo juvenil e, depois, confronte as ideias nelas apresentadas com as declarações e as análises elaboradas por você nas situações que lhe foram propostas anteriormente.





CÂNDIDO GRZYBOWSKI, SOCÍOLOGO E DIRETOR DE PLANEJAMENTO DO IBASE, FALANDO SOBRE BETINHO





“Herbert José de Souza, o Betinho, nasceu no dia 3 de novembro de 1935, na pequena cidade mineira de Bocaiúva. De uma infância e adolescência marcada pelos limites impostos pela hemofilia e tuberculose, soube apropriar-se daquele fio de vida que lhe restava. Transformou sua fragilidade física em grandeza de humildade. Buscou a vida de forma intensa para si e para os outros, particularmente para os excluídos da sociedade. Seu humor e sua ironia juntavam-se a uma forte indignação diante da mínima injustiça.



Ele afirmava que a democracia não é um modelo ou uma estrutura acabada; é algo que constantemente deve ser sonhado, imaginado ou recriado. A busca de ser livre, igual, diverso, solidário e participante é um princípio que deve fermentar nosso constante sonhar e imaginar a democracia como guia de intervenção cidadã.





Betinho apostou na cidadania. Investiu nos movimentos sociais e nos grupos comunitários, nos comitês de cidadania, nas associações e organizações civis de todo o tipo, nas manifestações culturais e artísticas como escolas de cidadania.



O maior desafio deixado por Betinho talvez seja a capacidade de indignar-se e reagir frente às injustiças e exclusões. Sem sombra de dúvida, Betinho foi um grande lutador. Lutou pela vida antes de tudo; pela sua própria vida e a de todos nós “.



Disponível em: http://www.comitebetinho.org.br/index.php/betinho



Acesso em: 24 abr. 2011. (Fragmento)




Vídeo em comemoração aos 10 anos da Ação da Cidadania com participação de Emílio Santiago e outros.





EMPREENDEDORISMO E ÉTICA



FERNANDO DOLABELA


A observação da ação empreendedora, não só voltada para a criação de empresas, mas em todas as atividades humanas, sugere que todos nascemos empreendedores. Se, mais tarde, deixamos de sê-lo, isso se deve à exposição a valores antiempreendedores na educação, na família, nas relações sociais de toda ordem, ao “figurino cultural” a que somos submetidos. Lidar com crianças e adolescentes, portanto, é lidar com autênticos empreendedores ainda não contaminados por esses valores.


Não sendo a capacidade empreendedora uma habilidade ou competência específica, mas uma forma de ver o mundo e com ele estabelecer relações, algo que diz respeito à cultura, a educação empreendedora e ética deve começar na mais tenra idade.


[...] Esse caminho impõe um único cuidado, exige um única sabedoria: tomas as crianças como guias. Sendo elas detentoras de um saber perdido nos desvãos dos adultos, é preciso deixar-se conduzir pelo seu mundo de criatividade, inconformismo, rebeldia, do não saber que não pode, dos sonhos capazes de dar sentido à vida. Somente ao entrar nesse mundo, percebe-se que a teoria empreendedora estava construída desde sempre e de forma cristalina: bastava tomar o sonho como seu núcleo e transforma-lo em projeto de vida.



[...] Considera-se empreendedor o poeta que publica, pois dissemina sua emoção. Sem dúvida é empreendedor o educador que inova na concepção de formas de ensino. Deve necessariamente ser empreendedor político, porque tem ele, por definição, a missão de buscar formas e processos inovadores para a construção do bem-estar social. Abrir uma empresa, ser poeta, educador, político ou religioso é (só pode ser) uma escolha do educando.


As capacidades de formular o próprio sonho, concebendo um ponto no futuro onde se deseja estar ou ser e construir os caminhos para chegar lá constituem o eixo da atividade empreendedora.


Por seu turno, sonhos individuais são inspirados por sonhos coletivos, que constituem o vir a ser da coletividade, o desejo de bem-estar e felicidade de uma comunidade.


A atividade empreendedora e ética é entendida como a capacidade de conceber e realizar sonhos coletivos, que produzem bem-estar social, e sonhos individuais, definidos e expandidos a partir de sonhos coletivos, cuja essência é a busca da “felicidade” social, intenção que nos faz humanos.



DOLABELA, Fernando. Projeto Pedagógico – Empreendedorismo e Ética. Ago. 2004.(Fragmento)



A ESTUDANTE PATRÍCIA OSANDÓN ALBARRÁN, QUE TRABALHA COMO VOLUNTÁRIA NA ANDI, MOSTRA-NOS O QUE É SER PROTAGONISTA


O que é ser um jovem protagonista? Numa fase de tantas pressões e conflitos, também é possível se importar com a sociedade, embora nem todos os jovens percebam o potencial que têm em suas mãos. Justamente por estar enfrentando um período difícil, o jovem protagonista é alguém especial, porque acredita numa sociedade melhor e até sonha com um mundo perfeito.


O protagonismo juvenil pode e deve se tornar uma "corrente de energia", porque a tendência é que esse movimento cresça e seja propagado. O jovem protagonista é aquele que molda o mundo a cada instante e cria idéias para melhorá-lo - seja na sua casa, na comunidade, na escola, no trabalho - e sua atuação pode atingir grandes proporções.


Muitas vezes, o protagonista é discriminado pela sociedade, enquanto deveria ser incentivado a continuar propagando esse pensamento. O comportamento mais esperado de um adolescente é de uma figura revoltada e incapaz de tomar atitudes coerentes. Então, quando alguém tenta mostrar uma realidade diferente, é separado do grupo, sendo que deveria ser totalmente ao contrário.


Cabe a todos valorizar as ações protagonistas, na tentativa de que com o tempo "não existam mais jovens protagonistas", justamente porque ser participante e solidário tornou-se algo normal. Ou seja, o objetivo do protagonismo juvenil é que, com o tempo, exista uma onda de cidadania que faça de todos cidadãos atuantes em nossa sociedade.


Disponível em: http://expressocidadania.blogspot.com/2008/03/protagonismo-juvenil_18.html



acesso em: 24 abr. 2011. (Fragmento)




SISTEMATIZANDO





Acompanhe o texto a seguir e organize suas ideias para a viabilização de um projeto de atuação na sociedade.


O Protagonismo Juvenil é um tipo de ação de intervenção no contexto social para responder a problemas reais onde (SIC) o jovem é sempre o ator principal. É uma forma superior de educação para a cidadania não pelo discurso das palavras, mas pelo curso dos acontecimentos. [...]


O Protagonismo Juvenil significa, tecnicamente, o jovem participar como ator principal em ações que não dizem respeito à sua vida privada, familiar e afetiva, mas a problemas relativos ao bem comum, na escola, na comunidade ou na sociedade mais ampla.


Outro aspecto do protagonismo é a concepção do jovem como fonte de iniciativa, que é ação; como fonte de liberdade, que é opção; e como fonte de iniciativa, que é ação; como fonte de liberdade, que é opção; e como fonte de compromissos, que é responsabilidade.


Na raiz do protagonismo deve haver uma opção livre do jovem, ele tem que participar da decisão se vai ou não fazer a ação. O jovem tem que participar do planejamento da ação. Depois deve participar da execução da ação, na sua avaliação e na apropriação dos resultados. Existem dois padrões de protagonismo juvenil: quando as pessoas do mundo adulto fazem junto com os jovens e quando os jovens fazem de maneira autônoma.


Disponível em: www. http://protagonismojuvenil.inesc.org.br/


Betinho seguir seu sonho e o realizou, empreendeu num projeto de ajuda às pessoas necessitadas com o movimento “Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida”.


A estudante Patrícia Osandón Albarrán sugere, a partir das características do adolescente e do jovem, um protagonismo juvenil, criando ideias para melhorar o mundo em que vivemos.


Nascemos empreendedores? Temos na capacidade empreendedora uma forma de ver o mundo e com ele estabelecer relações para realizarmos nossos sonhos?


A partir dos textos anteriores e das suas preocupações com o mundo, propomos que você forme um grupo de colegas que queira viabilizar um PROJETO BETINHO: associação de barro, grupo de jovens da paróquia, grêmio estudantil, grupo de voluntários – com atuação direta em algo da sua realidade que os sensibilize e mobilize para a construção de um mundo melhor para todos, como atuação em creches, asilos, hemocentros, associação de catadores de papel, associações contra a fome, mutirão de construção de casas, trabalhos em hospitais com crianças carentes, preservação do meio ambiente, acompanhamento e fiscalização política, entre outras.


A seguir, apresentamos uma proposta de como organizar um projeto, para que vocês possam constituir um grupo de ação concreta na sociedade que os cerca.

A elaboração de um PROJETO é uma previsão. Deve conter um objetivo geral, objetivos específicos, atividades, plano de implementação, monitoramento, avaliação e resultados esperados. As atividades estarão relacionadas aos objetivos específicos, que, por sua vez, devem atender ao objetivo geral do projeto.

OBJETIVO GERAL
É uma ação mais distante, o que se deseja alcançar, um sonho a se realizar, é o ponto de partida e o referencial para todas as ações do projeto.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São a resposta desejada da população-alvo, devem prever resultados quantificáveis. Definem o tempo, o número de pessoas e a faixa etária dessas pessoas.

Respondem às perguntas: O quê? Quando? Quanto?
A quem pertence a ação do verbo? Resp: À população-alvo do projeto, não à instituição.
Resultado: mudança e/ou benefício que se deseja ou se propõe para a população-alvo.
Mudanças: conhecimento 75% (ou mais); atitude 50% (mais ou menos); comportamento 25% (ou menos); religião, conceitos sociais.
Os resultados esperados estão diretamente ligados aos objetivos específicos.

PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO
São ações para se alcançar determinado objetivo específico. Identifica o tempo de execução de cada atividade.

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
São os indicadores, as medidas operacionais para a realização de uma atividade ou de um objetivo específico. Permitem medir o grau de alcance do resultado.
Passos necessários para a realização de uma atividade que se sustenta com base em dados quatificáveis.

RESULTADOS ESPERADOS

Acontecem a partir dos processos estabelecidos para a realização de uma atividade.
Quantificam o resultado da atividade na população-alvo.
Instrumentos que atestam a execução da atividade e que definem formas de comprovar o efeito conseguido na população-alvo.

PROCESSSO DE GESTÃO DE PROJETOS

1. Planejamento
2. Programação
3. Execução
4. Monitoramento
5. Avaliação

OLIVEIRA NETO, Eurípides M, de. Centro de Voluntariado/Voluntários Candangos. Assessoria de coordenação de projetos e capacitação de recursos (fragmento)

Ao longo de nosso estudo sobre Sociologia, você irá escolher temas com os quais deseja trabalhar ou organizações em que deseja atuar e construirá, junto com seus colegas, um projeto, tomando a proposta de elaboração de projeto apresentada como referência.



SÍNTESE


O momento agora é de síntese das ideias apresentadas na unidade.




Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores


Geraldo Vandré


Composição : Geraldo Vandré




Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais braços dados ou não


Nas escolas, nas ruas, campos, construções, caminhando e cantando e seguindo a canção


Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer


Pelos campos há fome em grandes plantações, pelas ruas marchando indecisos cordões


Ainda fazem da flor seu mais forte refrão e acreditam nas flores vencendo o canhão


Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer


Há soldados armados, amados ou não, quase todos perdidos de armas na mão


Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: de morrer pela pátria e viver sem razão


Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer


Nas escolas, nas ruas, campos, construções, somos todos soldados armados ou não


Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais braços dados ou não


Os amores na mente as flores no chão, a certeza na frente a história na mão


Caminhando e cantando e seguindo a canção, aprendendo e ensinando uma nova lição


Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer











GERALDO VANDRÉ (1935)





Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nasceu em João Pessoa PB em 12 de Setembro de 1935. Apresentou-se num programa de calouros na Rádio Tabajara de João Pessoa quando tinha 14 anos. Em Nazaré da Mata, Pernambuco, onde cursava o ginásio em internato, participou de alguns shows organizados para as missões. Foi para o Rio de Janeiro RJ em 1951, e nesse mesmo ano se apresentou no programa de calouros de César de Alencar, no qual foi desclassificado. Aproximou-se então de Ed Lincoln, que nessa época tocava com Luís Eça, na boate do Hotel Plaza, tentando cantar nos intervalos das apresentações. Em 1955, com o pseudônimo de Carlos Dias, defendeu a canção Menina (Carlos Lyra) num concurso musical promovido pela TV-Rio. Mais tarde, o encontro com o folclorista Valdemar Henrique abriu-lhe a oportunidade de se apresentar no programa da Rádio Roquete Pinto, usando o nome Vandré, que resultou da abreviatura do nome do pai, José Vandregisilo. Cursou a Faculdade de Direito, do Rio de Janeiro, época em que participou do Centro Popular de Cultura, da extinta União Nacional dos Estudantes, onde conheceu seu primeiro parceiro, Carlos Lyra.